quarta-feira, 1 de julho de 2009

Funerais...

Ahh, as férias... Precisava disso para poder pensar em algo interessante, ou para observar algumas coisas e dissertar a respeito. E parece que veio justamente em um período em que "todos" estamos de luto. Michael Jackson morreu aos 50 anos, em 25 de junho de 2009.

Michael Jackson foi eleito o maior astro do pop de todos os tempos. Todo o mundo conhece ele, afinal, celebridades são bem mais interessantes do que pessoas comuns. A mídia não para de falar isso, parece que a morte dele é uma mina de ouro. Tanto que todos exploram isso, como se fosse uma notícia ótima (para a mídia, não deixou de ser, ou vocês acreditam naquelas facetas tristes dos âncoras de jornais?)... Enfim, como vemos isso diariamente, nos comovemos bastante. Ainda mais que o funeral será aberto ao público, provavelmente no rancho Neverland, afinal, os familiares dizem que ele merece uma grandiosa homenagem do público. Pois sim...

Outro dia, em algum hospital público daqui, morreram uns e outros trabalhadores, pais de família, pessoas que não possuem alarde ou interesse nenhum para a mídia mostrar. E pelo que sei, o velório não será em nenhum espaço monumental, e nem as "grandes autoridades" irão comparecer para prestar homenagem. Mas e daí? O Michael Jackson morreu mesmo, todos estamos de luto por ele, que acrescentou em nossas vidas de tal maneira que não conseguiríamos viver sem ele.

Sim, eu sei que vou ser escurraçado por escrever essas ironias. Mas penso da seguinte maneira: muita gente morre de fome no mundo, sofre com a violência urbana da nossa cidade, agoniza diante das nossas mazelas sociais. E quem liga? Afinal, elas não são "importantes", segundo a visão LIMITADÍSSIMA das pessoas, imposta pela mídia... Agora, o povo derrama lágrimas por uma pessoa que, de fato, era talentosíssima (admito que tenho o "Thriller" em casa), mas que não é tão relevante para nossa realidade. O Walter Bandeira, grande compositor e intérprete PARAENSE, morreu tem quase um mês, e nem por isso, o alarde foi tanto. Por que derramar tantas lágrimas pelo Michael? Por que tanto sensacionalismo?

Enfim, eu critico não a morte do artista em si, mas critico todo o universo sensacionalista e limitado das pessoas em derramarem lágrimas por alguém que não vive a nossa agonia, e que esquecem que elas mesmas morrem a cada minuto por todas as dificuldades, que é o que as "autoridades" nos oferece de melhor.