segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sobre as vinculações políticas...

Hoje estive conversando com um amigo meu, que faz jornalismo. Adoro conversar com ele, temos muitas idéias em comum, e algumas se complementam, o que torna o debate das conversas bem produtivas. Dentro dessas conversas, ele tocou em um assunto que é bem debatido, sobre a vinculação política de determinados meios de comunicação.

Teoricamente, todo instrumento de comunicação (rádio, imprensa ou televisão) deve ser desvinculado de qualquer tendência política. Mas seguindo um breve histórico, observamos que, na prática, é completamente ao contrário. É histórico o uso dos meios de comunicação pelos governos para poder disseminar suas filosofias (leia-se: vírus ideológico). Exemplos disso: governo Vargas, onde ele utilizava o rádio da época e as músicas para sua propaganda e sua filosofia, a partir disso, seu governo perdurou durante 15 anos ininterruptos; outros exemplos são os governos socialistas, onde espalhavam suas idéias e alienando a população. Esses exemplos deixam claro que, apesar da teoria dizer o contrário, a vinculação acaba existindo, inibindo qualquer possibilidade de neutralidade de opinião.

E o que acontece atualmente é o vínculo da imprensa local com a política e, em especial, com as famílias (leia-se: elite local) que possuem mais "poder" dentro do Estado: os Maiorana e os Barbalho. Fica uma briga de crianças por um doce, que apesar de ter caído no chão, estar todo sujo, ainda sim brigam. Então, quem dança nisso é o povo. Afinal, eles são o doce que é puxado de um lado para o outro, e ninguém se importa. Afinal, massa de manobra é o que eles procuram mesmo. É interessante para eles uma população com informações manipuladas, sem formar opiniões diferentes das que eles pregam. E ninguém aparece para tentar quebrar esse monopólio. Os que aparecem, não recebem incentivo, o que torna a disseminação de informações úteis mais difícil. E, como sempre, nós pagamos o pato.

O que nos resta mesmo é tentar enxergar nossa realidade de uma maneira só nossa. Tentar evitar a opinião dos dominantes é necessário. Tentar garimpar o que nos é interessante também é importante. É nossa única solução, enquanto não aparecer um "salvador da pátria".

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mudar o que?

Lembro perfeitamente da época em que entrei no CAFISIO, na área de assuntos estudantis. Confesso que "caí de pára-quedas" lá, afinal, eu não entendia nada de Movimento Estudantil e, vergonhosamente, confesso que era mais um "pelego". Mas o tempo mostra os caminhos por onde devemos seguir, e indica as pessoas a serem escutadas.

Sempre deixei claro minha aversão aos partidos políticos, em especial nas políticas universitárias. E na discussão de Universidade, todos acusam todos de infiltrar estes, prejudicando de alguma maneira o andamendo acadêmico. Enfim, sempre alguém bate a mão no peito e diz ser a "solução" dos problemas da nossa Universidade. Este ano em especial na UEPa, houve a quebra de um monopólio que se estabeleceu durante anos, em que a UJS (União da Juventude Socialista, atrelada ao Governo petista) foi protagonista de uma total descerebração da multidão acadêmica. Desde então, vários coletivos entraram em uma luta quase que desleal contra eles, por toda uma questão de poder (por ser atrelada ao governo, a UJS tinha maiores chances de se perpetuar). No entanto, mudou. A eleição do DCE da UEPa terminou com a ditadura UJSista, fazendo com que entrasse novos grupos: CONLUTE (atrelada ao PSTU), e Romper o Dia! (alguns atrelados ao PSOL). Pensou-se que tudo mudaria.

Infelizmente, velhos paradigmas continuaram dentro da nossa Universidade. Os partidos continuam a comandar as ações da Universidade, o que não respeita a autonomia que os estudantes têm de seguir as ideologias que quiserem. O grupo majoritário do DCE-UEPa (CONLUTE), acabou por manter esse paradigma, onde apenas as vontades do partido se sobrepõem as dos estudantes. Afinal, eles falam que todos os estudantes decidiram por construir uma nova entidade estudantil, que seria a ANEL, a partir de um Congresso (Congresso Nacional de Estudantes, realizado na UFRJ), que se sobrepôs à demanda local, que seria o Congresso de Estudantes da UEPa. Apesar de não ter ido, em momento algum eu observei um empenho tão grande quanto foi para construir o CNE que, certamente, foi grandioso demais, em detrimento à demanda local. Dá para perceber que não foi construído visando apenas os estudantes, mas sim, visando a consolidação de interesses terceiros.

Enfim, pode ser que eu possa estar falando algum absurdo. Todavia, não dá para engolir que sempre interesses alheios acabem por ofuscar nossas necessidades, enquanto estudantes da UEPa. Até que acabe a ladainha de se apresentarem de algum partido, para depois se identificar como aluno que quer mudar a realidade, continuarems a nos perguntar: "Mudar o que?"