Depois de bastante tempo sem freqüentar minha casa de campo virtual (leia-se: lugar de paz), volto aqui para tentar colocar os pensamentos em ordem, depois de umas ventanias.
Estes dias estavam sendo pesadíssimos: provas, trabalhos, pessoalidades... Enfim, tudo para que eu desenvolvesse um surto de loucura! Coincidentemente, o CCS (Centro de Cultura em Saúde) do Ministério da Saúde, trouxe para Belém uma exposição sobre a história da Psiquiatria no Brasil, entitulado "Memória da Loucura". E eu fui participar do treinamento para ser monitor dessa exposição no Museu do Estado do Pará.
Pensei que fosse apenas para sermos guia de museu ou algo do tipo. Como leigo no assunto, pensei logo nisso. Depois, conforme a palestrante ia falando como começou a psiquiatria com os chamados "pais" dessa ciência: Phillipe Pinel, Esquerol, Freud, Teixeira Brandão, Juliano Moreira, dentre outros; eu iria ficando mais interessado. Afinal, é tão comum as pessoas chegarem com as outras e chamarem ou taxarem de loucas, doidas e afins, que quando temos o mínimo de conhecimento, discernimento e senso crítico, vemos se, realmente, as pessoas que traçamos como loucas são realmente loucas mesmo.
Temos sempre esse costume de chamar alguém de doido quando a pessoa não segue o padrão imposto pela sociedade. Se escutar uma música que não seja ouvida pela maioria; se adotar um estilo de roupa diferente do usado, se ter comportamentos diferentes dos aceitos pela sociedade; manda internar que é louco. Só que não temos a consciência de pensar que pessoas pensam diferente, sendo assim, podem ser diferentes também. E se pararmos para prestar atenção, elas são as mais interessantes. Seus assuntos são mais interessantes, são mais inteligentes, possuem personalidades e conceitos próprios. Mas são loucas.
Quem já leu "O Alienista", de Machado de Assis, consegue enxergar bem isso que eu estou explanando. Simão Bacamarte tinha uma concepção de mundo que em Itaguaí ele não conseguia ver. Os comportamentos daquelas pessoas eram diferentes dos que ele considerava como os que devereiam ser adotados, logo, ele prendia as pessoas na Casa Verde. No desfecho, ele viu que todos estavam preso e apenas ele estava fora. Então, ele mesmo concluiu que ele era louco e se internou, libertando todos. Seguindo por esta linha de raciocínio, vemos que a pessoa que tenta seguir um padrão, mesmo obrigada, para não ser chamada de louca, acaba sendo uma. Isso seria uma forma de traição à sua própria personalidade, é a mesma coisa que pedir para não ser livre.
Enfim, o que eu tento mesmo é ser o louco da sociedade. Afinal, ser louco é ser diferente, é ter idéias e conceitos próprios. Se verem algum "louco", não o interne. Faça melhor: EXTERNE-SE!
Saudações...
ResponderExcluirfaço as minhas tuas palavras e acrescento:
"feliz o louco que faz a loucura ser sua arte e a ama, vive, reinventa, faz aquilo desejado sem temer, sem pudor! AME A RTE SEJA LOUCO NESSA (DES)SOCIEDADE!" Augusto Boal!
"...mas louco é quem me diz... que não é feliz."
ResponderExcluirFale louco do meu coração!
ResponderExcluirFoi mt bom te vê ontem!
bjus