sexta-feira, 13 de março de 2009

nostalgias...

Todos nós temos o costume de lembrar de passados... Pode ser a lembrança mais doce ou mais amarga, sempre esses "flashes" vêm na nossa mente... E hoje foi esse dia e lembrar.

Hoje tivemos aula prática de psicomotricidade. À princípio, pensava eu ser uma das disciplinas mais chatas que tinham dentro do 3º ano de Fisioterapia. Mas o que poderia fazer? É disciplina da grade curricular, tem que assistir aula. E lá fui rumo à sala 15 da UEAFTO.

Cheguei atrasado (já é quase um praxe). Todos estavam lá, com seus respectivos pares para a dinâmica. Quando cheguei, fez-se número ímpar de alunos, ou seja, meu par seria a professora. Tudo bem, reclamar seria uma ofensa! Daí, ela manda eu deitar na posição fetal (para quem sabe, decúbito lateral com flexão de quadril e de joelho a 90°, na forma leiga: se deitar de ladinho e se encolher). Deitei. A professora me colocou no colo e me manda relaxar. Começou a melhor parte...

Ela começou a fzer todo um resgate mental nos alunos que estavam deitados (inclusive eu), através de palavras, músicas de ninar e toques suaves. Essa combinação me fez trazer lembranças. Lembranças das quais pensava não ter capacidade de resgatá-las. Passou um filme da minha infância toda, desde quando eu viajava para Cametá, na casa da minha avó, quando viajava de navio que saia do porto do Sal às 19:00h, chegando em Cametá às 05:00h da manhã. Parecia que eu sentia o cheiro do pão cametaense, junto com o café da minha avó, quando chegávamos lá... As brincadeiras com meus primos naquela rua de terra batida na frente da casa... Via meu avô trabalhando na oficina e minhas primas no andar de cima, nos quartos... Via as galinhas correndo dos meninos que caçavam para matá-las ou simplesmente por "esporte". Belos tempos.

Isso me mexeu por completo. Afinal, as únicas lembranças que eu tinha eram do tempo em que meu avô adoeceu, minha avó morreu... Toda a quebra dos pilares da família. Como a professora falou, os sofrimentos são mais fortes na nossa mente do que as boas lembranças. E realmente são. Minhas saudades só me rondavam a alma por causa desses fatos negativos que aconteceram, que me fizeram chorar outrora. E não dava valor àquilo que me fez feliz, que foi simples, mas que foi de uma importância singular no meu crescimento. Toda a felicidade que senti quando criança, todo o amor que eu recebi durante meus tempos áureos. Confesso que senti uma vontade imensa de chorar, mas a conti. Depois, noutra oportunidade, extravasei.

Foi magnífico. Eu criei uma forma saudável de sentir saudade, de lembrar daquilo que me fez feliz e que me faz sorrir a cada lembrança. Quem me dera ter tido essa experiência antes, talvez não sofresse tanto em épocas de turbulência da minha alma. É, aprendi a ter saudades...

Um comentário:

  1. Como já dizia um talzinho aí chamado NANDO REIS :
    "o mundo está ao contrário e ninguém reparou..."
    AS lembranças ruins quase sempre ganham na luta com as boas,
    infelizmente!
    E o pior, que isso é uma força tão espontânea... Tudo o que nos deixou marcas, fica em nossas recordações. Só precisamos selecionar e sentir saudade daquilo que nos fez maior... que nos fez se sentir vivo!
    Que os sentimentos sempre prevaleçam!

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