Hoje estive conversando com um amigo meu, que faz jornalismo. Adoro conversar com ele, temos muitas idéias em comum, e algumas se complementam, o que torna o debate das conversas bem produtivas. Dentro dessas conversas, ele tocou em um assunto que é bem debatido, sobre a vinculação política de determinados meios de comunicação.
Teoricamente, todo instrumento de comunicação (rádio, imprensa ou televisão) deve ser desvinculado de qualquer tendência política. Mas seguindo um breve histórico, observamos que, na prática, é completamente ao contrário. É histórico o uso dos meios de comunicação pelos governos para poder disseminar suas filosofias (leia-se: vírus ideológico). Exemplos disso: governo Vargas, onde ele utilizava o rádio da época e as músicas para sua propaganda e sua filosofia, a partir disso, seu governo perdurou durante 15 anos ininterruptos; outros exemplos são os governos socialistas, onde espalhavam suas idéias e alienando a população. Esses exemplos deixam claro que, apesar da teoria dizer o contrário, a vinculação acaba existindo, inibindo qualquer possibilidade de neutralidade de opinião.
E o que acontece atualmente é o vínculo da imprensa local com a política e, em especial, com as famílias (leia-se: elite local) que possuem mais "poder" dentro do Estado: os Maiorana e os Barbalho. Fica uma briga de crianças por um doce, que apesar de ter caído no chão, estar todo sujo, ainda sim brigam. Então, quem dança nisso é o povo. Afinal, eles são o doce que é puxado de um lado para o outro, e ninguém se importa. Afinal, massa de manobra é o que eles procuram mesmo. É interessante para eles uma população com informações manipuladas, sem formar opiniões diferentes das que eles pregam. E ninguém aparece para tentar quebrar esse monopólio. Os que aparecem, não recebem incentivo, o que torna a disseminação de informações úteis mais difícil. E, como sempre, nós pagamos o pato.
O que nos resta mesmo é tentar enxergar nossa realidade de uma maneira só nossa. Tentar evitar a opinião dos dominantes é necessário. Tentar garimpar o que nos é interessante também é importante. É nossa única solução, enquanto não aparecer um "salvador da pátria".
"Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem" (Rosa Luxemburgo).
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Mudar o que?
Lembro perfeitamente da época em que entrei no CAFISIO, na área de assuntos estudantis. Confesso que "caí de pára-quedas" lá, afinal, eu não entendia nada de Movimento Estudantil e, vergonhosamente, confesso que era mais um "pelego". Mas o tempo mostra os caminhos por onde devemos seguir, e indica as pessoas a serem escutadas.
Sempre deixei claro minha aversão aos partidos políticos, em especial nas políticas universitárias. E na discussão de Universidade, todos acusam todos de infiltrar estes, prejudicando de alguma maneira o andamendo acadêmico. Enfim, sempre alguém bate a mão no peito e diz ser a "solução" dos problemas da nossa Universidade. Este ano em especial na UEPa, houve a quebra de um monopólio que se estabeleceu durante anos, em que a UJS (União da Juventude Socialista, atrelada ao Governo petista) foi protagonista de uma total descerebração da multidão acadêmica. Desde então, vários coletivos entraram em uma luta quase que desleal contra eles, por toda uma questão de poder (por ser atrelada ao governo, a UJS tinha maiores chances de se perpetuar). No entanto, mudou. A eleição do DCE da UEPa terminou com a ditadura UJSista, fazendo com que entrasse novos grupos: CONLUTE (atrelada ao PSTU), e Romper o Dia! (alguns atrelados ao PSOL). Pensou-se que tudo mudaria.
Infelizmente, velhos paradigmas continuaram dentro da nossa Universidade. Os partidos continuam a comandar as ações da Universidade, o que não respeita a autonomia que os estudantes têm de seguir as ideologias que quiserem. O grupo majoritário do DCE-UEPa (CONLUTE), acabou por manter esse paradigma, onde apenas as vontades do partido se sobrepõem as dos estudantes. Afinal, eles falam que todos os estudantes decidiram por construir uma nova entidade estudantil, que seria a ANEL, a partir de um Congresso (Congresso Nacional de Estudantes, realizado na UFRJ), que se sobrepôs à demanda local, que seria o Congresso de Estudantes da UEPa. Apesar de não ter ido, em momento algum eu observei um empenho tão grande quanto foi para construir o CNE que, certamente, foi grandioso demais, em detrimento à demanda local. Dá para perceber que não foi construído visando apenas os estudantes, mas sim, visando a consolidação de interesses terceiros.
Enfim, pode ser que eu possa estar falando algum absurdo. Todavia, não dá para engolir que sempre interesses alheios acabem por ofuscar nossas necessidades, enquanto estudantes da UEPa. Até que acabe a ladainha de se apresentarem de algum partido, para depois se identificar como aluno que quer mudar a realidade, continuarems a nos perguntar: "Mudar o que?"
Sempre deixei claro minha aversão aos partidos políticos, em especial nas políticas universitárias. E na discussão de Universidade, todos acusam todos de infiltrar estes, prejudicando de alguma maneira o andamendo acadêmico. Enfim, sempre alguém bate a mão no peito e diz ser a "solução" dos problemas da nossa Universidade. Este ano em especial na UEPa, houve a quebra de um monopólio que se estabeleceu durante anos, em que a UJS (União da Juventude Socialista, atrelada ao Governo petista) foi protagonista de uma total descerebração da multidão acadêmica. Desde então, vários coletivos entraram em uma luta quase que desleal contra eles, por toda uma questão de poder (por ser atrelada ao governo, a UJS tinha maiores chances de se perpetuar). No entanto, mudou. A eleição do DCE da UEPa terminou com a ditadura UJSista, fazendo com que entrasse novos grupos: CONLUTE (atrelada ao PSTU), e Romper o Dia! (alguns atrelados ao PSOL). Pensou-se que tudo mudaria.
Infelizmente, velhos paradigmas continuaram dentro da nossa Universidade. Os partidos continuam a comandar as ações da Universidade, o que não respeita a autonomia que os estudantes têm de seguir as ideologias que quiserem. O grupo majoritário do DCE-UEPa (CONLUTE), acabou por manter esse paradigma, onde apenas as vontades do partido se sobrepõem as dos estudantes. Afinal, eles falam que todos os estudantes decidiram por construir uma nova entidade estudantil, que seria a ANEL, a partir de um Congresso (Congresso Nacional de Estudantes, realizado na UFRJ), que se sobrepôs à demanda local, que seria o Congresso de Estudantes da UEPa. Apesar de não ter ido, em momento algum eu observei um empenho tão grande quanto foi para construir o CNE que, certamente, foi grandioso demais, em detrimento à demanda local. Dá para perceber que não foi construído visando apenas os estudantes, mas sim, visando a consolidação de interesses terceiros.
Enfim, pode ser que eu possa estar falando algum absurdo. Todavia, não dá para engolir que sempre interesses alheios acabem por ofuscar nossas necessidades, enquanto estudantes da UEPa. Até que acabe a ladainha de se apresentarem de algum partido, para depois se identificar como aluno que quer mudar a realidade, continuarems a nos perguntar: "Mudar o que?"
domingo, 20 de setembro de 2009
Sobre as campanhas solid(ot)árias...
Criança Esperança, Pestalozzi de São Paulo... São tantas as campanhas de solidariedade que parece responsabilidade exclusiva nossa sustentar os mais necessitados, ou seja, o governo isenta-se de sua responsabilidade de gestor humano do país por conta da nossa solidariedade. Entretanto, será que essas campanhas são para ajudar mesmo, ou são para nos culpar por todas as mazelas sociais do país, enquanto uns poucos se aproveitam do dinheiro que doamos?
Até outro dia, estávamos vivendo a campanha do "Criança Esperança", onde o Brasil todo se mobiliza para "ajudar" as crianças do Brasil. "Ajudar", porque muita gente doa pela lavagem cerebral que fazem pela tv, na figura da Xuxa e do Didi (que se dizem humanitários e embaixadores da UNICEF), ou porque os seus artistas preferidos estão participando do show de horrores, com as bandas que fazem (leia-se: lavam) a cabeça do povo que, ingenuamente ou otariamente, dão dinheiro para a conta da UNICEF (que é o que falam)... Enfim, acabamos por jogar dinheiro fora, sabendo que já damos MUITO dinheiro para o governo tentar sanar os problemas sociais (que nunca são sanados, enfim).
É ridículo o que os chamados "poderosos" tentam fazer com o povo. Tentam jogar uma responsabilidade da qual não temos que assumir. Dizer que, se não doarmos, crianças morrerão de fome e deixarão de ter futuro, é o terrorismo psicológico mais ridículo que podemos ver. É a mesma coisa dizer que eu, você e os outros somos Presidentes da República. Se somos responsáveis por isso, para que então temos eleições a cada dois anos (alternando eleições municipais e nacionais)? É só para ter algo burocrático então? O povo está cansado de burocracia e de gente inútil nos governando. Tudo bem que é o povo mesmo que coloca as cobras no covil e, para o governo, é ótimo ter um curral de bois com viseira. É ilusão pensar que o governo quer investir em educação, que o dinheiro dessas campanhas de fachada são para a educação. Doe 7, 15 ou 30 reais, assim o Didi e a Xuxa vão agradecer e muito por pagar seus cachês.
Enfim, aos que querem mesmo ajudar aos mais necessitados, coloquem pessoas que realmente queiram melhorar nosso país. E aos que preferem não ver isso, continuem jogando dinheiro fora, circulando em seus currais e se condenando a serem eternos burros.
Até outro dia, estávamos vivendo a campanha do "Criança Esperança", onde o Brasil todo se mobiliza para "ajudar" as crianças do Brasil. "Ajudar", porque muita gente doa pela lavagem cerebral que fazem pela tv, na figura da Xuxa e do Didi (que se dizem humanitários e embaixadores da UNICEF), ou porque os seus artistas preferidos estão participando do show de horrores, com as bandas que fazem (leia-se: lavam) a cabeça do povo que, ingenuamente ou otariamente, dão dinheiro para a conta da UNICEF (que é o que falam)... Enfim, acabamos por jogar dinheiro fora, sabendo que já damos MUITO dinheiro para o governo tentar sanar os problemas sociais (que nunca são sanados, enfim).
É ridículo o que os chamados "poderosos" tentam fazer com o povo. Tentam jogar uma responsabilidade da qual não temos que assumir. Dizer que, se não doarmos, crianças morrerão de fome e deixarão de ter futuro, é o terrorismo psicológico mais ridículo que podemos ver. É a mesma coisa dizer que eu, você e os outros somos Presidentes da República. Se somos responsáveis por isso, para que então temos eleições a cada dois anos (alternando eleições municipais e nacionais)? É só para ter algo burocrático então? O povo está cansado de burocracia e de gente inútil nos governando. Tudo bem que é o povo mesmo que coloca as cobras no covil e, para o governo, é ótimo ter um curral de bois com viseira. É ilusão pensar que o governo quer investir em educação, que o dinheiro dessas campanhas de fachada são para a educação. Doe 7, 15 ou 30 reais, assim o Didi e a Xuxa vão agradecer e muito por pagar seus cachês.
Enfim, aos que querem mesmo ajudar aos mais necessitados, coloquem pessoas que realmente queiram melhorar nosso país. E aos que preferem não ver isso, continuem jogando dinheiro fora, circulando em seus currais e se condenando a serem eternos burros.
sábado, 12 de setembro de 2009
A Roma Antiga Paraense.
Quando estudamos História Antiga, estudamos sobre a Roma Antiga, sobre as formas de governo e as políticas daquela época. E dentre todas as políticas feitas por lá, encontramos a política do "pão e circo", pensada por Júlio César. Muitos afirmam que ela acabou. Mas quem garante isso?
No Pará, temos uma cultura de massa muito forte. Grande parte da população é pobre, onde as possibilidades de crescer são poucas, pela dominação das elites provincianas locais. E ainda tem os políticos oportunistas, que se aproveitam de situações graves de pobreza para se auto-promoverem, com falsas ações de solidariedade. Exemplos disso são alguns radialistas que se auto-proclamam vir do "povão", numa forma de querer crescer a partir da pobreza alheia, o que é uma covardia.
Outro resquício do "pão e circo paraense" são os famosos eventos e aniversários de políticos. É a melhor forma de fechar os olhos do povo diante da inutilidade dos políticos nos gabinetes do governo. Colocam as aparelhagens sonoras, bandas, distribuem os famosos "churrasquinhos de gato", cerveja a preço de custo, enfim... TuDo para eles saiam bem falados. É como diz Gabriel, o Pensador: "e não adianta abrir os olhos do povo, porque se um abre os olhos, mil olhos fecham de novo..." ou seja, se fosse feito um trabalho de educação rígida com essa parte da população, para não serem mais manipulada maliciosamente por esses políticos porcos que, infelizmente, nos governam.
Bom, para quem ainda não acreditava no nosso "pão e circo", é uma forma de abrir os olhos... quem sabe, um dia, essa Roma Antiga acabe por ser destruída também, em especial os políticos, e que reine então a inteligência e a saúde do povo.
No Pará, temos uma cultura de massa muito forte. Grande parte da população é pobre, onde as possibilidades de crescer são poucas, pela dominação das elites provincianas locais. E ainda tem os políticos oportunistas, que se aproveitam de situações graves de pobreza para se auto-promoverem, com falsas ações de solidariedade. Exemplos disso são alguns radialistas que se auto-proclamam vir do "povão", numa forma de querer crescer a partir da pobreza alheia, o que é uma covardia.
Outro resquício do "pão e circo paraense" são os famosos eventos e aniversários de políticos. É a melhor forma de fechar os olhos do povo diante da inutilidade dos políticos nos gabinetes do governo. Colocam as aparelhagens sonoras, bandas, distribuem os famosos "churrasquinhos de gato", cerveja a preço de custo, enfim... TuDo para eles saiam bem falados. É como diz Gabriel, o Pensador: "e não adianta abrir os olhos do povo, porque se um abre os olhos, mil olhos fecham de novo..." ou seja, se fosse feito um trabalho de educação rígida com essa parte da população, para não serem mais manipulada maliciosamente por esses políticos porcos que, infelizmente, nos governam.
Bom, para quem ainda não acreditava no nosso "pão e circo", é uma forma de abrir os olhos... quem sabe, um dia, essa Roma Antiga acabe por ser destruída também, em especial os políticos, e que reine então a inteligência e a saúde do povo.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Já não se fazem mais barzinhos como antigamente...
Ah, 2006... Ano em que eu comecei a frequentar o chamado "barzinho", com voz e violão, tocando boa música, curtindo um ambiente agradável com as músicas tocadas (mesmo que de uma forma não tão bonita), enfim... Época perfeita.
Já faz um tempo que eu não vou. O tempo (na verdade, a falta dele), acaba por me forçar a não poder curtir o que é agradável. Mas aí, encontro um amigo que frequentava comigo, e me disse que outro dia em um. Parece que há uma decadência no repertório. Está havendo uma espécie de decréscimo no talento dos artistas da voz e do violão. As músicas boas estão dando lugar ao chamado "lixo cultural".
É complicado fazer essas informações que eu faço. O que irão falar é ensaiado na cabeça dos que não gostam de coisa boa e nem de escutar a verdade (leia-se: os manipulados pela mídia): "tu és muito preconceituoso, atrasado". Entretanto, o barzinho já anda perdendo a sua essência, que é a de tocar as músicas que realmente são boas, como forma de entretenimento ao público que toma a sua cerveja. Se isso continuar a acontecer, realmente, a arte brasileira estará completamente no fundo do poço.
Aos que gostam da verdadeira arte, tentemos defender o que há de bom na música brasileira.
Já faz um tempo que eu não vou. O tempo (na verdade, a falta dele), acaba por me forçar a não poder curtir o que é agradável. Mas aí, encontro um amigo que frequentava comigo, e me disse que outro dia em um. Parece que há uma decadência no repertório. Está havendo uma espécie de decréscimo no talento dos artistas da voz e do violão. As músicas boas estão dando lugar ao chamado "lixo cultural".
É complicado fazer essas informações que eu faço. O que irão falar é ensaiado na cabeça dos que não gostam de coisa boa e nem de escutar a verdade (leia-se: os manipulados pela mídia): "tu és muito preconceituoso, atrasado". Entretanto, o barzinho já anda perdendo a sua essência, que é a de tocar as músicas que realmente são boas, como forma de entretenimento ao público que toma a sua cerveja. Se isso continuar a acontecer, realmente, a arte brasileira estará completamente no fundo do poço.
Aos que gostam da verdadeira arte, tentemos defender o que há de bom na música brasileira.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Funerais...
Ahh, as férias... Precisava disso para poder pensar em algo interessante, ou para observar algumas coisas e dissertar a respeito. E parece que veio justamente em um período em que "todos" estamos de luto. Michael Jackson morreu aos 50 anos, em 25 de junho de 2009.
Michael Jackson foi eleito o maior astro do pop de todos os tempos. Todo o mundo conhece ele, afinal, celebridades são bem mais interessantes do que pessoas comuns. A mídia não para de falar isso, parece que a morte dele é uma mina de ouro. Tanto que todos exploram isso, como se fosse uma notícia ótima (para a mídia, não deixou de ser, ou vocês acreditam naquelas facetas tristes dos âncoras de jornais?)... Enfim, como vemos isso diariamente, nos comovemos bastante. Ainda mais que o funeral será aberto ao público, provavelmente no rancho Neverland, afinal, os familiares dizem que ele merece uma grandiosa homenagem do público. Pois sim...
Outro dia, em algum hospital público daqui, morreram uns e outros trabalhadores, pais de família, pessoas que não possuem alarde ou interesse nenhum para a mídia mostrar. E pelo que sei, o velório não será em nenhum espaço monumental, e nem as "grandes autoridades" irão comparecer para prestar homenagem. Mas e daí? O Michael Jackson morreu mesmo, todos estamos de luto por ele, que acrescentou em nossas vidas de tal maneira que não conseguiríamos viver sem ele.
Sim, eu sei que vou ser escurraçado por escrever essas ironias. Mas penso da seguinte maneira: muita gente morre de fome no mundo, sofre com a violência urbana da nossa cidade, agoniza diante das nossas mazelas sociais. E quem liga? Afinal, elas não são "importantes", segundo a visão LIMITADÍSSIMA das pessoas, imposta pela mídia... Agora, o povo derrama lágrimas por uma pessoa que, de fato, era talentosíssima (admito que tenho o "Thriller" em casa), mas que não é tão relevante para nossa realidade. O Walter Bandeira, grande compositor e intérprete PARAENSE, morreu tem quase um mês, e nem por isso, o alarde foi tanto. Por que derramar tantas lágrimas pelo Michael? Por que tanto sensacionalismo?
Enfim, eu critico não a morte do artista em si, mas critico todo o universo sensacionalista e limitado das pessoas em derramarem lágrimas por alguém que não vive a nossa agonia, e que esquecem que elas mesmas morrem a cada minuto por todas as dificuldades, que é o que as "autoridades" nos oferece de melhor.
Michael Jackson foi eleito o maior astro do pop de todos os tempos. Todo o mundo conhece ele, afinal, celebridades são bem mais interessantes do que pessoas comuns. A mídia não para de falar isso, parece que a morte dele é uma mina de ouro. Tanto que todos exploram isso, como se fosse uma notícia ótima (para a mídia, não deixou de ser, ou vocês acreditam naquelas facetas tristes dos âncoras de jornais?)... Enfim, como vemos isso diariamente, nos comovemos bastante. Ainda mais que o funeral será aberto ao público, provavelmente no rancho Neverland, afinal, os familiares dizem que ele merece uma grandiosa homenagem do público. Pois sim...
Outro dia, em algum hospital público daqui, morreram uns e outros trabalhadores, pais de família, pessoas que não possuem alarde ou interesse nenhum para a mídia mostrar. E pelo que sei, o velório não será em nenhum espaço monumental, e nem as "grandes autoridades" irão comparecer para prestar homenagem. Mas e daí? O Michael Jackson morreu mesmo, todos estamos de luto por ele, que acrescentou em nossas vidas de tal maneira que não conseguiríamos viver sem ele.
Sim, eu sei que vou ser escurraçado por escrever essas ironias. Mas penso da seguinte maneira: muita gente morre de fome no mundo, sofre com a violência urbana da nossa cidade, agoniza diante das nossas mazelas sociais. E quem liga? Afinal, elas não são "importantes", segundo a visão LIMITADÍSSIMA das pessoas, imposta pela mídia... Agora, o povo derrama lágrimas por uma pessoa que, de fato, era talentosíssima (admito que tenho o "Thriller" em casa), mas que não é tão relevante para nossa realidade. O Walter Bandeira, grande compositor e intérprete PARAENSE, morreu tem quase um mês, e nem por isso, o alarde foi tanto. Por que derramar tantas lágrimas pelo Michael? Por que tanto sensacionalismo?
Enfim, eu critico não a morte do artista em si, mas critico todo o universo sensacionalista e limitado das pessoas em derramarem lágrimas por alguém que não vive a nossa agonia, e que esquecem que elas mesmas morrem a cada minuto por todas as dificuldades, que é o que as "autoridades" nos oferece de melhor.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Belém perdeu. Nós podemos ganhar - Edgar Cardoso
Belém perdeu a disputa pela Copa de 2014. Mas não foi só Manaus que venceu.
Ganhou a corrupção e a incompetência administrativa. Ganharam os conchavos
e a política do “primeiro eu”. E a do “primeiro os meus”. Venceu o trânsito
caótico e a desorganização quase cultural em todos os setores. Venceu o
“ah... deixa pra amanhã”, a falta de orientação para o trabalho e a
satisfação com pouco. Ganhou a mediocridade e a falta de perspectiva, que
faz todos os anos centenas de jovens universitários e recém formados irem
embora de Belém, disponibilizando seus cérebros para desenvolver outros
estados, outros países. Ganhou a s aúde desumana e a educação ineficiente.
Ganharam os carros com som alto e a música ruim, travestida de manifestação
popular, quando é apenas falta de acesso ou referência. Venceu a grosseria
dos atendentes. A falta de “por favor” e “obrigado”. Venceram os carros
parados no meio da rua, para que seus motoristas possam falar com seus
amigos na calçada, esquecendo o direito dos que aguardam atrás deles.
Belém perdeu. E em primeiro lugar ficou a violência, antiga conhecida dos
bairros pobres e agora já na porta, entrando nas salas em “L” dos
apartamentos ricos. Ganharam as ruas esburacadas, que enchem para delírio
dos ratos. Venceu a falta de creches, o abandono da infância, a
prostituição infantil. Venceu o trabalho escravo doméstico, sob a roupagem
de adoção de meninas do interior. Ganhou a enorme diferença social , menor
apenas que o tamanho das valas a céu aberto das favelas horizontais da
cidade. Ganharam os políticos caricatos e espertalhões, vindos da velha
política oligárquica que só ressoa ainda nos mais afastados rincões do
Brasil e seus ramais.
É, Belém perdeu. Mas tem perdido há muito tempo a vergonha e ganho apenas a
naturalidade cínica da indiferença.Venceu o conformismo, o jeitinho “tudo
bem”. Venceu a burguesia ignorante e suas crenças no direito divino de
mandar e ser servida. Mas também venceram os aproveitadores disfarçados de
povo, que usam a massa para obter os privilégios que nunca tiveram. Belém
perdeu. E, sobretudo, ganhou a crença de que Belém é “do cacete”, que é uma
ótima cidade para morar, com povo acolhedor e amigo, o “Portal da
Amazônia”. Não é. É uma cidade violenta, cara, suja, desorg anizada, com
alto nível de falta de educação, com poucas e mal remuneradas oportunidades
de emprego e onde quem não tem um plano de saúde está perdido. Uma cidade
que vive muito mais de passado que de história, ébria ainda por áureos
tempos da borracha que deram às elites daqui uma patética certeza de
nobreza, quando, na verdade, não passa de uma oligarquia ostentadora e
interiorana.
Belém perdeu. E o que vai acontecer, com toda certeza, é ficarmos mais uma
vez cheios do orgulho que tiramos não sei de onde e dizer aos 4 ventos que
foi por causa de uma politicagem de “não sei quem”. A típica atitude de
perdedor. A forma fácil que temos de enfrentar os problemas. Belém perdeu.
Porém, podemos ganhar muito com essa experiência, olhando, pela primeira
vez, além do pato no tucupi, do açaí e do tacacá. Temos que perceber agora,
não depois, a rota descendente em que se encontra a capital e o estado como
um todo. A cidade do abandono, o estado da violência rural e do
desmatamento. Temos que votar melhor, pensar mais no coletivo e não no
individual. Ler mais, educar mais, trabalhar mais, reclamar mais.
Chega dessa postura de rechaçar críticas por pura vaidade em nome de uma
história longínqua. E cada vez mais distante, pois a história é escrita
pelos vencedores.
Vamos mudar Belém e o Pará começando por nossas atitudes, entendendo o
direito do outro como tão importante quanto o nosso, valorizando a educação
e o saber como principal patrimônio e legado. Chega de ser uma ilha, quando
cada cidade hoje é global. A raiz de tudo isso, de todos os problemas,
somos nós. Nós é que precisamos mudar como povo. Em 2014 não vamos sediar a
Copa. Mas, com certeza, co mo principal cidade de uma das regiões mais
importantes do Planeta, poderemos começar a ganhar o mundo.
Ganhou a corrupção e a incompetência administrativa. Ganharam os conchavos
e a política do “primeiro eu”. E a do “primeiro os meus”. Venceu o trânsito
caótico e a desorganização quase cultural em todos os setores. Venceu o
“ah... deixa pra amanhã”, a falta de orientação para o trabalho e a
satisfação com pouco. Ganhou a mediocridade e a falta de perspectiva, que
faz todos os anos centenas de jovens universitários e recém formados irem
embora de Belém, disponibilizando seus cérebros para desenvolver outros
estados, outros países. Ganhou a s aúde desumana e a educação ineficiente.
Ganharam os carros com som alto e a música ruim, travestida de manifestação
popular, quando é apenas falta de acesso ou referência. Venceu a grosseria
dos atendentes. A falta de “por favor” e “obrigado”. Venceram os carros
parados no meio da rua, para que seus motoristas possam falar com seus
amigos na calçada, esquecendo o direito dos que aguardam atrás deles.
Belém perdeu. E em primeiro lugar ficou a violência, antiga conhecida dos
bairros pobres e agora já na porta, entrando nas salas em “L” dos
apartamentos ricos. Ganharam as ruas esburacadas, que enchem para delírio
dos ratos. Venceu a falta de creches, o abandono da infância, a
prostituição infantil. Venceu o trabalho escravo doméstico, sob a roupagem
de adoção de meninas do interior. Ganhou a enorme diferença social , menor
apenas que o tamanho das valas a céu aberto das favelas horizontais da
cidade. Ganharam os políticos caricatos e espertalhões, vindos da velha
política oligárquica que só ressoa ainda nos mais afastados rincões do
Brasil e seus ramais.
É, Belém perdeu. Mas tem perdido há muito tempo a vergonha e ganho apenas a
naturalidade cínica da indiferença.Venceu o conformismo, o jeitinho “tudo
bem”. Venceu a burguesia ignorante e suas crenças no direito divino de
mandar e ser servida. Mas também venceram os aproveitadores disfarçados de
povo, que usam a massa para obter os privilégios que nunca tiveram. Belém
perdeu. E, sobretudo, ganhou a crença de que Belém é “do cacete”, que é uma
ótima cidade para morar, com povo acolhedor e amigo, o “Portal da
Amazônia”. Não é. É uma cidade violenta, cara, suja, desorg anizada, com
alto nível de falta de educação, com poucas e mal remuneradas oportunidades
de emprego e onde quem não tem um plano de saúde está perdido. Uma cidade
que vive muito mais de passado que de história, ébria ainda por áureos
tempos da borracha que deram às elites daqui uma patética certeza de
nobreza, quando, na verdade, não passa de uma oligarquia ostentadora e
interiorana.
Belém perdeu. E o que vai acontecer, com toda certeza, é ficarmos mais uma
vez cheios do orgulho que tiramos não sei de onde e dizer aos 4 ventos que
foi por causa de uma politicagem de “não sei quem”. A típica atitude de
perdedor. A forma fácil que temos de enfrentar os problemas. Belém perdeu.
Porém, podemos ganhar muito com essa experiência, olhando, pela primeira
vez, além do pato no tucupi, do açaí e do tacacá. Temos que perceber agora,
não depois, a rota descendente em que se encontra a capital e o estado como
um todo. A cidade do abandono, o estado da violência rural e do
desmatamento. Temos que votar melhor, pensar mais no coletivo e não no
individual. Ler mais, educar mais, trabalhar mais, reclamar mais.
Chega dessa postura de rechaçar críticas por pura vaidade em nome de uma
história longínqua. E cada vez mais distante, pois a história é escrita
pelos vencedores.
Vamos mudar Belém e o Pará começando por nossas atitudes, entendendo o
direito do outro como tão importante quanto o nosso, valorizando a educação
e o saber como principal patrimônio e legado. Chega de ser uma ilha, quando
cada cidade hoje é global. A raiz de tudo isso, de todos os problemas,
somos nós. Nós é que precisamos mudar como povo. Em 2014 não vamos sediar a
Copa. Mas, com certeza, co mo principal cidade de uma das regiões mais
importantes do Planeta, poderemos começar a ganhar o mundo.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
a terceira margem do rio - Guimarães Rosa
"(...) Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto. Estava ali, sentado à popa. Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: — "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..." E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.
Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n'água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia... Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.
Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio."
(João Guimarães Rosa - A Terceira Margem do Rio)
É impressionante que essas escolhas que a vida nos coloca são complicadas... Complicadas ao ponto de tremermos na base, como dizem na linguagem coloquial. Assim como, é impressionante o quanto algumas decisões que tomamos não são entendidas pelas pessoas. As críticas logo nos acertam, como as pedradas que Maria Madalena pegou da população impiedosa... A sorte dela é que Cristo estava em terra para perdoá-la. E agora? Cristo não está em corpo entre nós, mas em espírito, só que ainda sim, somos apedrejados.
Somos agonizantes dessa sociedade hipócrita. Decisões não-respeitadas são sinais de como o senso comum toma de conta da cabeça de muitas pessoas, sendo que estas têm preguiça de pensar com pelo menos 1% de sua massa encefálica (sabendo que são capazes de usar 10% de sua cabeça animal, como diz Raul)... É, e ainda somos criticados por certas atitudes que temos. Mas nosso consolo é que temos a capacidade de conseguir enxergar uma terceira margem do rio, assim como o homem do texto de Guimarães Rosa teve... Só temos que ter cuidado de uma coisa: não podemos temer nossas decisões, afinal, só saberemos que o final vai ser feliz depois que tudo acontecer.
Enfim... Decidam-se sem medo.
Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n'água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia... Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.
Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio."
(João Guimarães Rosa - A Terceira Margem do Rio)
É impressionante que essas escolhas que a vida nos coloca são complicadas... Complicadas ao ponto de tremermos na base, como dizem na linguagem coloquial. Assim como, é impressionante o quanto algumas decisões que tomamos não são entendidas pelas pessoas. As críticas logo nos acertam, como as pedradas que Maria Madalena pegou da população impiedosa... A sorte dela é que Cristo estava em terra para perdoá-la. E agora? Cristo não está em corpo entre nós, mas em espírito, só que ainda sim, somos apedrejados.
Somos agonizantes dessa sociedade hipócrita. Decisões não-respeitadas são sinais de como o senso comum toma de conta da cabeça de muitas pessoas, sendo que estas têm preguiça de pensar com pelo menos 1% de sua massa encefálica (sabendo que são capazes de usar 10% de sua cabeça animal, como diz Raul)... É, e ainda somos criticados por certas atitudes que temos. Mas nosso consolo é que temos a capacidade de conseguir enxergar uma terceira margem do rio, assim como o homem do texto de Guimarães Rosa teve... Só temos que ter cuidado de uma coisa: não podemos temer nossas decisões, afinal, só saberemos que o final vai ser feliz depois que tudo acontecer.
Enfim... Decidam-se sem medo.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
loucura...
Depois de bastante tempo sem freqüentar minha casa de campo virtual (leia-se: lugar de paz), volto aqui para tentar colocar os pensamentos em ordem, depois de umas ventanias.
Estes dias estavam sendo pesadíssimos: provas, trabalhos, pessoalidades... Enfim, tudo para que eu desenvolvesse um surto de loucura! Coincidentemente, o CCS (Centro de Cultura em Saúde) do Ministério da Saúde, trouxe para Belém uma exposição sobre a história da Psiquiatria no Brasil, entitulado "Memória da Loucura". E eu fui participar do treinamento para ser monitor dessa exposição no Museu do Estado do Pará.
Pensei que fosse apenas para sermos guia de museu ou algo do tipo. Como leigo no assunto, pensei logo nisso. Depois, conforme a palestrante ia falando como começou a psiquiatria com os chamados "pais" dessa ciência: Phillipe Pinel, Esquerol, Freud, Teixeira Brandão, Juliano Moreira, dentre outros; eu iria ficando mais interessado. Afinal, é tão comum as pessoas chegarem com as outras e chamarem ou taxarem de loucas, doidas e afins, que quando temos o mínimo de conhecimento, discernimento e senso crítico, vemos se, realmente, as pessoas que traçamos como loucas são realmente loucas mesmo.
Temos sempre esse costume de chamar alguém de doido quando a pessoa não segue o padrão imposto pela sociedade. Se escutar uma música que não seja ouvida pela maioria; se adotar um estilo de roupa diferente do usado, se ter comportamentos diferentes dos aceitos pela sociedade; manda internar que é louco. Só que não temos a consciência de pensar que pessoas pensam diferente, sendo assim, podem ser diferentes também. E se pararmos para prestar atenção, elas são as mais interessantes. Seus assuntos são mais interessantes, são mais inteligentes, possuem personalidades e conceitos próprios. Mas são loucas.
Quem já leu "O Alienista", de Machado de Assis, consegue enxergar bem isso que eu estou explanando. Simão Bacamarte tinha uma concepção de mundo que em Itaguaí ele não conseguia ver. Os comportamentos daquelas pessoas eram diferentes dos que ele considerava como os que devereiam ser adotados, logo, ele prendia as pessoas na Casa Verde. No desfecho, ele viu que todos estavam preso e apenas ele estava fora. Então, ele mesmo concluiu que ele era louco e se internou, libertando todos. Seguindo por esta linha de raciocínio, vemos que a pessoa que tenta seguir um padrão, mesmo obrigada, para não ser chamada de louca, acaba sendo uma. Isso seria uma forma de traição à sua própria personalidade, é a mesma coisa que pedir para não ser livre.
Enfim, o que eu tento mesmo é ser o louco da sociedade. Afinal, ser louco é ser diferente, é ter idéias e conceitos próprios. Se verem algum "louco", não o interne. Faça melhor: EXTERNE-SE!
Estes dias estavam sendo pesadíssimos: provas, trabalhos, pessoalidades... Enfim, tudo para que eu desenvolvesse um surto de loucura! Coincidentemente, o CCS (Centro de Cultura em Saúde) do Ministério da Saúde, trouxe para Belém uma exposição sobre a história da Psiquiatria no Brasil, entitulado "Memória da Loucura". E eu fui participar do treinamento para ser monitor dessa exposição no Museu do Estado do Pará.
Pensei que fosse apenas para sermos guia de museu ou algo do tipo. Como leigo no assunto, pensei logo nisso. Depois, conforme a palestrante ia falando como começou a psiquiatria com os chamados "pais" dessa ciência: Phillipe Pinel, Esquerol, Freud, Teixeira Brandão, Juliano Moreira, dentre outros; eu iria ficando mais interessado. Afinal, é tão comum as pessoas chegarem com as outras e chamarem ou taxarem de loucas, doidas e afins, que quando temos o mínimo de conhecimento, discernimento e senso crítico, vemos se, realmente, as pessoas que traçamos como loucas são realmente loucas mesmo.
Temos sempre esse costume de chamar alguém de doido quando a pessoa não segue o padrão imposto pela sociedade. Se escutar uma música que não seja ouvida pela maioria; se adotar um estilo de roupa diferente do usado, se ter comportamentos diferentes dos aceitos pela sociedade; manda internar que é louco. Só que não temos a consciência de pensar que pessoas pensam diferente, sendo assim, podem ser diferentes também. E se pararmos para prestar atenção, elas são as mais interessantes. Seus assuntos são mais interessantes, são mais inteligentes, possuem personalidades e conceitos próprios. Mas são loucas.
Quem já leu "O Alienista", de Machado de Assis, consegue enxergar bem isso que eu estou explanando. Simão Bacamarte tinha uma concepção de mundo que em Itaguaí ele não conseguia ver. Os comportamentos daquelas pessoas eram diferentes dos que ele considerava como os que devereiam ser adotados, logo, ele prendia as pessoas na Casa Verde. No desfecho, ele viu que todos estavam preso e apenas ele estava fora. Então, ele mesmo concluiu que ele era louco e se internou, libertando todos. Seguindo por esta linha de raciocínio, vemos que a pessoa que tenta seguir um padrão, mesmo obrigada, para não ser chamada de louca, acaba sendo uma. Isso seria uma forma de traição à sua própria personalidade, é a mesma coisa que pedir para não ser livre.
Enfim, o que eu tento mesmo é ser o louco da sociedade. Afinal, ser louco é ser diferente, é ter idéias e conceitos próprios. Se verem algum "louco", não o interne. Faça melhor: EXTERNE-SE!
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Ritual
Pra que sonhar
A vida é tão desconhecida e mágica
Que dorme às vezes do teu lado
Calada
Pra que buscar o paraíso
Se até o poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo
E fuxica
Tantas histórias de um grande amor perdido
Terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, imola mil virgens
Uma por uma, milhares de dias
Ao mesmo Deus que ensina a prazo
Ao mais esperto e ao mais otário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Ah, pra que chorar
A vida é bela e cruel, despida
Tão desprevenida e exata
Que um dia acaba...
Será que sempre é ao contrário mesmo?
A vida é tão desconhecida e mágica
Que dorme às vezes do teu lado
Calada
Pra que buscar o paraíso
Se até o poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo
E fuxica
Tantas histórias de um grande amor perdido
Terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, imola mil virgens
Uma por uma, milhares de dias
Ao mesmo Deus que ensina a prazo
Ao mais esperto e ao mais otário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Ah, pra que chorar
A vida é bela e cruel, despida
Tão desprevenida e exata
Que um dia acaba...
Será que sempre é ao contrário mesmo?
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Formato Mínimo - Skank
Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima
Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo
Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos, gozaram rápido
Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida
O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela, o súdito
Desenhou-se a história trágica
Ele, enfim, dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo, a vítima
Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico
Para ele, uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão, a rúbrica
terça-feira, 14 de abril de 2009
Páscoa...
"Feliz Páscoa!" "Cadê meu ovo de chocolate?"
Expressões como essas são completamente comuns nessa época de Páscoa. A fraternidade que é comum das pessoas (em algumas não é), vem à tona. Mas aí, surge uma pergunta que muitas pessoas se fazem e não a fazem por medo e/ou por terem medo das respostas que possam ser colocadas: será que todos ainda têm noção do que é a Páscoa mesmo?
O que mais recebi nesse feriadão foram pedidos de chocolate e desejos de boa Páscoa. Recebi convites também para sair, viajar, se divertir. Entretanto, fico me perguntando se, realmente, seria para comemorar a data. Como cristãos, sabemos que essa data é para comemorar a ressurreição de Cristo, que morreu três dias antes para libertar a terra do pecado e fazer com quem todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (baseado em João 3:16). Então, como cristãos, devemos respeitar a data e lembrar esse feito, certo? Isso não aconteceu muito não... Graças aos meios de comunicação, esse significado foi se perdendo na estrada. Hoje, feriados significam farra, curtição e afins. É até chato ver algumas coisas que explicitam o que estou falando: quem tem orkut, não vai ser difícil encontrar fotos com as seguintes legendas: "semana santa nada santa"; "feriado nada santo", etc. Vemos assim que as pessoas que se dizem cristãs perderam a noção do que foi feito por nós no passado por Jesus.
Outra coisa que queria deixar meu comentário e minha crítica é sobre a famosa "malhação do Judas". É uma tradição popular, como nós sabemos, que representa a traição de Judas Iscariotes que levou a crucificação de Jesus. Sabemos que isso já foi pré-determinado. Jesus sabia que ele seria traído, estava tudo traçado nos planos de Deus. E as pessoas, "revoltadas" com a traição de Judas, fazem um boneco que o simbolizam e espacam. Será que seria uma forma de manifestar amor à Cristo? Se pararmos para pensar, será que nós não traímos Jesus todos os dias? Judas traiu por 30 moedas de ouro e uma só vez. Nós traímos da pior maneira, que é pecando e, em alguns casos, renegando à Deus. E todos os dias. Não seria o caso de sermos malhados também? Essa hipocrisia de dizer que só Judas que traiu, é a maior baboseira que existe. Traímos à todo momento. Sejamos malhados também.
Enfim, por isso que muitas pessoas não perguntam o que significa a Páscoa. Elas acabam por se encaixar nesses perfis que descrevi. E, como é comum à todos, ouvir a verdade não é muito bom, às vezes, dói. Agora, quem será malhado sou eu...
Expressões como essas são completamente comuns nessa época de Páscoa. A fraternidade que é comum das pessoas (em algumas não é), vem à tona. Mas aí, surge uma pergunta que muitas pessoas se fazem e não a fazem por medo e/ou por terem medo das respostas que possam ser colocadas: será que todos ainda têm noção do que é a Páscoa mesmo?
O que mais recebi nesse feriadão foram pedidos de chocolate e desejos de boa Páscoa. Recebi convites também para sair, viajar, se divertir. Entretanto, fico me perguntando se, realmente, seria para comemorar a data. Como cristãos, sabemos que essa data é para comemorar a ressurreição de Cristo, que morreu três dias antes para libertar a terra do pecado e fazer com quem todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (baseado em João 3:16). Então, como cristãos, devemos respeitar a data e lembrar esse feito, certo? Isso não aconteceu muito não... Graças aos meios de comunicação, esse significado foi se perdendo na estrada. Hoje, feriados significam farra, curtição e afins. É até chato ver algumas coisas que explicitam o que estou falando: quem tem orkut, não vai ser difícil encontrar fotos com as seguintes legendas: "semana santa nada santa"; "feriado nada santo", etc. Vemos assim que as pessoas que se dizem cristãs perderam a noção do que foi feito por nós no passado por Jesus.
Outra coisa que queria deixar meu comentário e minha crítica é sobre a famosa "malhação do Judas". É uma tradição popular, como nós sabemos, que representa a traição de Judas Iscariotes que levou a crucificação de Jesus. Sabemos que isso já foi pré-determinado. Jesus sabia que ele seria traído, estava tudo traçado nos planos de Deus. E as pessoas, "revoltadas" com a traição de Judas, fazem um boneco que o simbolizam e espacam. Será que seria uma forma de manifestar amor à Cristo? Se pararmos para pensar, será que nós não traímos Jesus todos os dias? Judas traiu por 30 moedas de ouro e uma só vez. Nós traímos da pior maneira, que é pecando e, em alguns casos, renegando à Deus. E todos os dias. Não seria o caso de sermos malhados também? Essa hipocrisia de dizer que só Judas que traiu, é a maior baboseira que existe. Traímos à todo momento. Sejamos malhados também.
Enfim, por isso que muitas pessoas não perguntam o que significa a Páscoa. Elas acabam por se encaixar nesses perfis que descrevi. E, como é comum à todos, ouvir a verdade não é muito bom, às vezes, dói. Agora, quem será malhado sou eu...
sábado, 4 de abril de 2009
reality show's...
Contagem regressiva! O final está próximo! O ciclo está no fim! Sim, mas o que?
Estive lendo o blog de um amigo meu, que criou uma teoria a respeito da criação dos reality show's. E é muito interesante a sacada dele... Ele associou a rotina dos conjuntos, das vizinhanças e dos cortiços populares com a criação destes show's do ridículo humano. Nossa essência de "fofoqueiro" acabou por criar esses programas, afinal, ninguém deixa de ver um programa. Enfim, não quero plagiar a idéia dele. Mas queria mesmo falar do que será o resto do ano sem o BBB. O que se pode esperar do povo que assiste o BBB quando este acabar? Alguém se arrisca a falar?
Qual é o assunto mais freqüentes naquelas tradicionais rodinhas, sejam elas de homens (falando das mulheres gostosas do programa), das velhinhas que sentam na porta de suas casas (comentando da falsidade dos jogadores e sendo falsas como eles), dos guris e gurias (que apontam quem é o melhor para ganhar o prêmio)... Enfim, qualquer lugar que possamos correr, escutaremos aquelas conversas completamente sem conteúdo. Será que depois do término desse ciclo vicioso (o BBB virou um ciclo vicioso, se prestarem atenção), as conversas se tornarão menos desinteressantes?
Pode ser que sim, pode ser que não. Primeiro: depois do esgotamento de um assunto, logo procuramos explorar outro assunto mais "interessante" para colocar em pauta. É certo isso. Aquelas discussões sobre o futuro do nosso país (leia-se: nossa existência nessa selva) ficaram com o mofo dos arquivos antigos dos tempos mais explosivos, como os da época ditadurista. Ninguém quer saber. A lavagem que a propaganda dos partidos que, infelizmente, nos guiam como bois dentro de um curral, é muito bem-feita, para não vermos a imundície que é a nossa política. E o BBB está no meio dessa estratégia de varrer a sujeira para debaixo do tapete.
Segundo: a programação sempre dá um jeito de colocar outra viseira nas suas marionetes. Todas aquelas notícias maquiadas das sujeiras governamentais são logo cobertas com o entretenimento aparentemente "inocente". Novelas, minisséries, seriados, programas de comédia, filmes... Tudo vale para tentar no manter sob seu controle. E o que fazemos? Apenas assistimos, literalmente. Afinal, rir é o melhor remédio. É como diz Gabriel, o Pensador: "E é inútil tentarmos abrir os olhos do povo, porque se um abre os olhos, mil olhos fecham de novo". Ah, tempos áureos que eram os das discussões... Acho que nasci na época errada.
Bom, aos que assistem e gostam do BBB, me desculpem, entretanto não posso deixar de manifestar minha opinião à respeito do que acontece, e nem posso deixar de exclamar minha felicidade em saber que esse ciclo vai acabar. De novo, aproveitarei mais um ano longe daquela musiquinha chata...
Estive lendo o blog de um amigo meu, que criou uma teoria a respeito da criação dos reality show's. E é muito interesante a sacada dele... Ele associou a rotina dos conjuntos, das vizinhanças e dos cortiços populares com a criação destes show's do ridículo humano. Nossa essência de "fofoqueiro" acabou por criar esses programas, afinal, ninguém deixa de ver um programa. Enfim, não quero plagiar a idéia dele. Mas queria mesmo falar do que será o resto do ano sem o BBB. O que se pode esperar do povo que assiste o BBB quando este acabar? Alguém se arrisca a falar?
Qual é o assunto mais freqüentes naquelas tradicionais rodinhas, sejam elas de homens (falando das mulheres gostosas do programa), das velhinhas que sentam na porta de suas casas (comentando da falsidade dos jogadores e sendo falsas como eles), dos guris e gurias (que apontam quem é o melhor para ganhar o prêmio)... Enfim, qualquer lugar que possamos correr, escutaremos aquelas conversas completamente sem conteúdo. Será que depois do término desse ciclo vicioso (o BBB virou um ciclo vicioso, se prestarem atenção), as conversas se tornarão menos desinteressantes?
Pode ser que sim, pode ser que não. Primeiro: depois do esgotamento de um assunto, logo procuramos explorar outro assunto mais "interessante" para colocar em pauta. É certo isso. Aquelas discussões sobre o futuro do nosso país (leia-se: nossa existência nessa selva) ficaram com o mofo dos arquivos antigos dos tempos mais explosivos, como os da época ditadurista. Ninguém quer saber. A lavagem que a propaganda dos partidos que, infelizmente, nos guiam como bois dentro de um curral, é muito bem-feita, para não vermos a imundície que é a nossa política. E o BBB está no meio dessa estratégia de varrer a sujeira para debaixo do tapete.
Segundo: a programação sempre dá um jeito de colocar outra viseira nas suas marionetes. Todas aquelas notícias maquiadas das sujeiras governamentais são logo cobertas com o entretenimento aparentemente "inocente". Novelas, minisséries, seriados, programas de comédia, filmes... Tudo vale para tentar no manter sob seu controle. E o que fazemos? Apenas assistimos, literalmente. Afinal, rir é o melhor remédio. É como diz Gabriel, o Pensador: "E é inútil tentarmos abrir os olhos do povo, porque se um abre os olhos, mil olhos fecham de novo". Ah, tempos áureos que eram os das discussões... Acho que nasci na época errada.
Bom, aos que assistem e gostam do BBB, me desculpem, entretanto não posso deixar de manifestar minha opinião à respeito do que acontece, e nem posso deixar de exclamar minha felicidade em saber que esse ciclo vai acabar. De novo, aproveitarei mais um ano longe daquela musiquinha chata...
sexta-feira, 3 de abril de 2009
sobre a falsidade...
Temos conceitos sobre falsidade que beiram o parecido e têm quase que concordâncias no final. É quase uma unanimidade: a falsidade é algo completamente asqueroso. Fora quem proclama não ser hipócrita, no entanto caba por demonstrar o contrário. Esse é o pior "tipinho" de gente. Enfim...
Esse fim-de-semana, vivi dias fantásticos. Saí sexta com a minha "junta", passei uma noite completamente perfeita junto dela. Depois de uma bela noitada, volto para casa às 07:30h da manhã, com sono, mas tendo que viajar para Vila dos Cabanos, para o aniversário da minha tia. Festa surpresa, organizada pela minha mãe e suas irmãs. Mamãe tem a brilhante idéia de chamar uma amiga nossa para fazer voz e violão com meu irmão, música de boa qualidade. Entretanto, meu mano tem a "brilhante" idéia de chamar seus amigos (ou "amigos", se posso dizer assim...). - É para montar uma coisa legal - alegou ele. Enfim, meio contrariada, minha mãe concordou.
Chegamos em Barcarena. Eu estava morrendo de sono, ainda naõ tinha nem dormido direito e a bateria do meu celular tinha acabado de tanto escutar música. Tods se arrumaram e foram farrear com a minha tia. Foi tudo muito bom: a comida, muita cerveja e boa música e belíssimas risadas. Beirou a perfeição. Os guris comeram e beberam à vontade, comes e bebes de graça, até eu aproveitaria. Domingo à tarde, viemos embora.
Durante a viagem, eu estava entretido com a música do meu celular, pois odeio escutar conversa alheia, todavia, minha cunhada estava com ouvidos atentos para qualquer tipo de comentário. Não deu outra: os "amigos" do meu irmão começaram a falar baboseiras da minha família. Por quê que eu estava escutando música naquela hora? Afinal, meu irmão para defender sua família é a mesma coisa que pedir para uma parede escrever um blog. Enfim...
Quando minha mãe chega em casa, minha cunhada logo conta o que tinha escutado. Abrindo um parêntese, não caracterizo isso com fofoca, afinal, é completamente absurdo você levar alguém para seu meio familiar e este começar a falar mal. Se falaram mal, temos que apontar sim. Voltando ao assunto, minha mãe ficou completamente indignada, afinal, eles sempre vão em casa, já dormiram lá, bebem da nossa cerveja e comem da nossa comida. Por quê seriam tão idiotas de ficar falando? Minha mãe cobrou isso de meu irmão e, como sempre, ele os defendeu. Mais indignante ainda, acobertar a falta de noção alheia é burrice e é um pedido para levar uma punhalada.
Depois sou chamado de metido ou algo parecido. Como é de se esperar, não falam na minha frente, afinal, a covardia dos hipócritas é algo completamente vergonhoso e nojento. É, prefiro ser assim mesmo, metido e arrogante. Afinal, dessas pessoas, prefiro a companhia de uma parede, pelo menos ela não demonstra algo que não é. Fica estática, inerte e não corro o risco de ser apunhalado. Vou ficar em casa da próxima vez...
Esse fim-de-semana, vivi dias fantásticos. Saí sexta com a minha "junta", passei uma noite completamente perfeita junto dela. Depois de uma bela noitada, volto para casa às 07:30h da manhã, com sono, mas tendo que viajar para Vila dos Cabanos, para o aniversário da minha tia. Festa surpresa, organizada pela minha mãe e suas irmãs. Mamãe tem a brilhante idéia de chamar uma amiga nossa para fazer voz e violão com meu irmão, música de boa qualidade. Entretanto, meu mano tem a "brilhante" idéia de chamar seus amigos (ou "amigos", se posso dizer assim...). - É para montar uma coisa legal - alegou ele. Enfim, meio contrariada, minha mãe concordou.
Chegamos em Barcarena. Eu estava morrendo de sono, ainda naõ tinha nem dormido direito e a bateria do meu celular tinha acabado de tanto escutar música. Tods se arrumaram e foram farrear com a minha tia. Foi tudo muito bom: a comida, muita cerveja e boa música e belíssimas risadas. Beirou a perfeição. Os guris comeram e beberam à vontade, comes e bebes de graça, até eu aproveitaria. Domingo à tarde, viemos embora.
Durante a viagem, eu estava entretido com a música do meu celular, pois odeio escutar conversa alheia, todavia, minha cunhada estava com ouvidos atentos para qualquer tipo de comentário. Não deu outra: os "amigos" do meu irmão começaram a falar baboseiras da minha família. Por quê que eu estava escutando música naquela hora? Afinal, meu irmão para defender sua família é a mesma coisa que pedir para uma parede escrever um blog. Enfim...
Quando minha mãe chega em casa, minha cunhada logo conta o que tinha escutado. Abrindo um parêntese, não caracterizo isso com fofoca, afinal, é completamente absurdo você levar alguém para seu meio familiar e este começar a falar mal. Se falaram mal, temos que apontar sim. Voltando ao assunto, minha mãe ficou completamente indignada, afinal, eles sempre vão em casa, já dormiram lá, bebem da nossa cerveja e comem da nossa comida. Por quê seriam tão idiotas de ficar falando? Minha mãe cobrou isso de meu irmão e, como sempre, ele os defendeu. Mais indignante ainda, acobertar a falta de noção alheia é burrice e é um pedido para levar uma punhalada.
Depois sou chamado de metido ou algo parecido. Como é de se esperar, não falam na minha frente, afinal, a covardia dos hipócritas é algo completamente vergonhoso e nojento. É, prefiro ser assim mesmo, metido e arrogante. Afinal, dessas pessoas, prefiro a companhia de uma parede, pelo menos ela não demonstra algo que não é. Fica estática, inerte e não corro o risco de ser apunhalado. Vou ficar em casa da próxima vez...
quinta-feira, 2 de abril de 2009
sonhos...
Esses dias eu andei escutando muita música. É de conhecimento de todos da minha paixão louca pela música. Mas duas me chamaram a atenção por dois excertos: "Como nossos pais" do grande cantor e compositor Belchior, e "Whisky a go-go" do Roupa Nova.
Sim, eu sei que ambas não têm nada a ver uma com a outra. Mas como falei, delas, eu fiquei pensando em apenas dois trechos. Afinal, eu adoro interpretar. Aí vai um trecho: "Lembrar você que um sonho a mais não faz mal..." Parece ser simples. A primeira vista, não tem nada que se possa extrair. Entretanto, eu me fiz uma pergunta: Um sonho a mais faz bem mesmo?
Eu sou (ou fui) uma pessoa sonhadora. Sonhadora até demais, daqueles que dormiam no meio da aula para ficar pensando naquelas utopias que se pensa de noite, em meio o sono e o sereno noturno. Aí, tomava essa parte da música uma filosofia de vida. Sonhava, imaginava, fantasiava até... Mas, cadê aquele esforço para tornar tudo aquilo em realidade? Eu pensava que tudo se tornaria realidade, mas que eu não precisava mover uma palha para que tudo se concretizasse. Preferia mesmo viver abstratamente.
Mas é só crescer e envelhecer para tudo mudar. A começar pela maneira de pensar... Aquela criança "besta" já havia deixado de existir. Os sonhos haviam desaparecido, a utopia não me enchia mais os olhos. É, eu tinha acordado para a vida.
Agora, o que faço? Os sonhos tinham agora que virar realidade, pelo menos 10% daquilo que imaginava quando criança. Só que ficar parado já não poderia mais, seria infantilidade não fazer nada... A partir daí que entra o outro excerto: "Viver é melhor que sonhar..."
Comentava noutras conversas o quanto tinha apanhado por pensar daquele jeito. Eu queria insistir em esperar o que pensei, no entanto, ninguém deixava mais. As cobranças impostas foram crudelíssimas. É, comecei a viver a realidade. Sonho cruel ela é.
Mas depois aprendi uma coisa. Realmente, viver é melhor que sonhar. Afinal, tentar realizar nossos sonhos é melhor do que ficarmos esperando ele se auto-realizar. Eu fui tentanto realizá-los da minha maneira, e os resultados foram até melhores do que tinha imaginado outrora. Saber viver o sonho é melhor ainda, pois se deixarmos ele apenas passar, as desilusões serão inevitáveis.
Enfim, eu sei que eu viajei e muito. Entretanto, sei que não sou a única pessoa que tem essa mesma linha de raciocínio. Bom, deixa eu tentar viver.
Sim, eu sei que ambas não têm nada a ver uma com a outra. Mas como falei, delas, eu fiquei pensando em apenas dois trechos. Afinal, eu adoro interpretar. Aí vai um trecho: "Lembrar você que um sonho a mais não faz mal..." Parece ser simples. A primeira vista, não tem nada que se possa extrair. Entretanto, eu me fiz uma pergunta: Um sonho a mais faz bem mesmo?
Eu sou (ou fui) uma pessoa sonhadora. Sonhadora até demais, daqueles que dormiam no meio da aula para ficar pensando naquelas utopias que se pensa de noite, em meio o sono e o sereno noturno. Aí, tomava essa parte da música uma filosofia de vida. Sonhava, imaginava, fantasiava até... Mas, cadê aquele esforço para tornar tudo aquilo em realidade? Eu pensava que tudo se tornaria realidade, mas que eu não precisava mover uma palha para que tudo se concretizasse. Preferia mesmo viver abstratamente.
Mas é só crescer e envelhecer para tudo mudar. A começar pela maneira de pensar... Aquela criança "besta" já havia deixado de existir. Os sonhos haviam desaparecido, a utopia não me enchia mais os olhos. É, eu tinha acordado para a vida.
Agora, o que faço? Os sonhos tinham agora que virar realidade, pelo menos 10% daquilo que imaginava quando criança. Só que ficar parado já não poderia mais, seria infantilidade não fazer nada... A partir daí que entra o outro excerto: "Viver é melhor que sonhar..."
Comentava noutras conversas o quanto tinha apanhado por pensar daquele jeito. Eu queria insistir em esperar o que pensei, no entanto, ninguém deixava mais. As cobranças impostas foram crudelíssimas. É, comecei a viver a realidade. Sonho cruel ela é.
Mas depois aprendi uma coisa. Realmente, viver é melhor que sonhar. Afinal, tentar realizar nossos sonhos é melhor do que ficarmos esperando ele se auto-realizar. Eu fui tentanto realizá-los da minha maneira, e os resultados foram até melhores do que tinha imaginado outrora. Saber viver o sonho é melhor ainda, pois se deixarmos ele apenas passar, as desilusões serão inevitáveis.
Enfim, eu sei que eu viajei e muito. Entretanto, sei que não sou a única pessoa que tem essa mesma linha de raciocínio. Bom, deixa eu tentar viver.
quinta-feira, 26 de março de 2009
TV
Conversava com a minha cunhada à respeito do que escrever no meu blog. Afinal, eu estou meio que sem idéias interessantes para escrever. Penso muito, não organizo nada. E ela teve a brilhante idéia de falar sobre TV.
Tema interessantíssimo. Nunca mais tinha escrito algo tão corriqueiro em tons críticos. E o que falar da TV? Afinal, eu nem assisto mesmo os big brother's, faustões ou gugus da vida. Assim, como eu não vejo, sou adjetivado com chato ou coisa parecida. Sim, eu sou chato.
Sou chato, mas mudo sempre a minha "programação", não gosto de cair na mesmice, no corriqueiro, no comum. E é isso que acontece com a maioria das pessoas que assistem TV: ficam monótonas, sem assunto interessantes para discutir. Afinal, as novelas são tão "interessantes" que acabam por roubar todas as nossas palavras, nossas idéias. Sabe aquela música do Titãs, que fala que "a televisão me deixou burro, muito burro demais..."? Pois sim, é o que acontece com a maioria esmagadora. Mas tudo bem, eu sou chato mesmo.
Outro ponto: dizem que é importante assistir a Tv por conta dos telejornais. Informação é sempre bem-vinda. No entanto, ninguém seleciona o que assiste. Grande parte do que vemos é de alguma forma manipulada, onde atendam determinados interesses de determinados grupos, o que às vezes causa conflitos abertos mesmo. Prova disso é o que está havendo entre a Folha de São Paulo e a Rede Record, onde nessa história está envolvido até a Rede Globo. No final, ninguém sabe de nada, e todos querem ver a novela que passa depois das notícias e o "paredão" do Big Brother. Por falar nisso, quando terminará esse "show do ridículo humano"?
Enfim, eu adoro ser chato. Afinal, ser chato é ter conteúdo. É ser, de certa forma, interessante aos ouvidos de quem escuta. É sempre ter um assunto na ponta da língua. E para terminar esses meus "mandamentos", cito um trecho de uma música do Gabriel, o Pensador: "A programação existe pra manter você na frente, na frente da tv, pra te entreter, que é pra você não ver que o programado é VOCÊ!"
Quer ser mais um programado ou quer ser um chato?
Tema interessantíssimo. Nunca mais tinha escrito algo tão corriqueiro em tons críticos. E o que falar da TV? Afinal, eu nem assisto mesmo os big brother's, faustões ou gugus da vida. Assim, como eu não vejo, sou adjetivado com chato ou coisa parecida. Sim, eu sou chato.
Sou chato, mas mudo sempre a minha "programação", não gosto de cair na mesmice, no corriqueiro, no comum. E é isso que acontece com a maioria das pessoas que assistem TV: ficam monótonas, sem assunto interessantes para discutir. Afinal, as novelas são tão "interessantes" que acabam por roubar todas as nossas palavras, nossas idéias. Sabe aquela música do Titãs, que fala que "a televisão me deixou burro, muito burro demais..."? Pois sim, é o que acontece com a maioria esmagadora. Mas tudo bem, eu sou chato mesmo.
Outro ponto: dizem que é importante assistir a Tv por conta dos telejornais. Informação é sempre bem-vinda. No entanto, ninguém seleciona o que assiste. Grande parte do que vemos é de alguma forma manipulada, onde atendam determinados interesses de determinados grupos, o que às vezes causa conflitos abertos mesmo. Prova disso é o que está havendo entre a Folha de São Paulo e a Rede Record, onde nessa história está envolvido até a Rede Globo. No final, ninguém sabe de nada, e todos querem ver a novela que passa depois das notícias e o "paredão" do Big Brother. Por falar nisso, quando terminará esse "show do ridículo humano"?
Enfim, eu adoro ser chato. Afinal, ser chato é ter conteúdo. É ser, de certa forma, interessante aos ouvidos de quem escuta. É sempre ter um assunto na ponta da língua. E para terminar esses meus "mandamentos", cito um trecho de uma música do Gabriel, o Pensador: "A programação existe pra manter você na frente, na frente da tv, pra te entreter, que é pra você não ver que o programado é VOCÊ!"
Quer ser mais um programado ou quer ser um chato?
sexta-feira, 20 de março de 2009
ouvir x escutar
A língua portuguesá é realmente maravilhosa mesmo. É tão maravilhosa que é capaz de fazer com que duas palavras sinônimas possam ser abordadas em sentidos diferentes. Hoje eu percebi isso.
Mais uma vez, a aula de psicomotricidade foi o palco do espetáculo de pensamentos que me veio à cabeça. Depois de ir para Santa Casa pastar (a professora não deu aula), voltar para a UEPA, resolver ou receber os problemas de lá com o CAFISIO e uma aula prática de RTM (a melhor parte da manhã, fui até elogiado), fui com aquele pensamento: "Espero que a aula não seja chata, pois eu não agüento mais..." Eu realmente estava muito cansado para qualquer coisa hoje.
Começou a prática, onde os alunos deveriam ESCUTAR a pulsação dos colegas com o ouvido, sem o estetoscópio e em determiadas partes do corpo: braços, pernas, abdomen, braços e peito. Fiz com minha amiga Nathália, que deitou e tive que ESCUTAR as pulsações dela. Sentir o pulsar das artérias ou mesmo do coração dela foi o que consegui.
Daí, vieram os comentários da professora. Ela fez uma colocação interessantíssima sobre escutar e ouvir. Ela diferenciou que o OUVIR é apenas dar ouvidos ao que se fala, mas não ter a capacidade de sentir o que está sendo colocado juntamente com as palavras, ou seja, algo completamente mecanico. Já o ESCUTAR é sentir o que se fala. Saber usar as palavras corretas ao que nos está sendo dirigido. É o que seria o dever de um amigo: escutar, sentir o que o outro sente e saber falar o certo no momento exato.
Estive pensando: será que todos escutam? Será que EU escuto? Não me exluo desse questionamento, afinal, nunca chegaram comigo e falaram o contrário. Todos se dizem amigos nossos, mas alguns mesmo que sabem nos escutar. Estes seriam os verdadeiros amigos. Bom, eu sei que os tenho. Querer aprender a sentir o que ouvimos é importante, é fundamental para que qualquer relação seja frutífera. Necessidade quase vital para nossas vidas.
E você? Ouve ou escuta?
Mais uma vez, a aula de psicomotricidade foi o palco do espetáculo de pensamentos que me veio à cabeça. Depois de ir para Santa Casa pastar (a professora não deu aula), voltar para a UEPA, resolver ou receber os problemas de lá com o CAFISIO e uma aula prática de RTM (a melhor parte da manhã, fui até elogiado), fui com aquele pensamento: "Espero que a aula não seja chata, pois eu não agüento mais..." Eu realmente estava muito cansado para qualquer coisa hoje.
Começou a prática, onde os alunos deveriam ESCUTAR a pulsação dos colegas com o ouvido, sem o estetoscópio e em determiadas partes do corpo: braços, pernas, abdomen, braços e peito. Fiz com minha amiga Nathália, que deitou e tive que ESCUTAR as pulsações dela. Sentir o pulsar das artérias ou mesmo do coração dela foi o que consegui.
Daí, vieram os comentários da professora. Ela fez uma colocação interessantíssima sobre escutar e ouvir. Ela diferenciou que o OUVIR é apenas dar ouvidos ao que se fala, mas não ter a capacidade de sentir o que está sendo colocado juntamente com as palavras, ou seja, algo completamente mecanico. Já o ESCUTAR é sentir o que se fala. Saber usar as palavras corretas ao que nos está sendo dirigido. É o que seria o dever de um amigo: escutar, sentir o que o outro sente e saber falar o certo no momento exato.
Estive pensando: será que todos escutam? Será que EU escuto? Não me exluo desse questionamento, afinal, nunca chegaram comigo e falaram o contrário. Todos se dizem amigos nossos, mas alguns mesmo que sabem nos escutar. Estes seriam os verdadeiros amigos. Bom, eu sei que os tenho. Querer aprender a sentir o que ouvimos é importante, é fundamental para que qualquer relação seja frutífera. Necessidade quase vital para nossas vidas.
E você? Ouve ou escuta?
sexta-feira, 13 de março de 2009
nostalgias...
Todos nós temos o costume de lembrar de passados... Pode ser a lembrança mais doce ou mais amarga, sempre esses "flashes" vêm na nossa mente... E hoje foi esse dia e lembrar.
Hoje tivemos aula prática de psicomotricidade. À princípio, pensava eu ser uma das disciplinas mais chatas que tinham dentro do 3º ano de Fisioterapia. Mas o que poderia fazer? É disciplina da grade curricular, tem que assistir aula. E lá fui rumo à sala 15 da UEAFTO.
Cheguei atrasado (já é quase um praxe). Todos estavam lá, com seus respectivos pares para a dinâmica. Quando cheguei, fez-se número ímpar de alunos, ou seja, meu par seria a professora. Tudo bem, reclamar seria uma ofensa! Daí, ela manda eu deitar na posição fetal (para quem sabe, decúbito lateral com flexão de quadril e de joelho a 90°, na forma leiga: se deitar de ladinho e se encolher). Deitei. A professora me colocou no colo e me manda relaxar. Começou a melhor parte...
Ela começou a fzer todo um resgate mental nos alunos que estavam deitados (inclusive eu), através de palavras, músicas de ninar e toques suaves. Essa combinação me fez trazer lembranças. Lembranças das quais pensava não ter capacidade de resgatá-las. Passou um filme da minha infância toda, desde quando eu viajava para Cametá, na casa da minha avó, quando viajava de navio que saia do porto do Sal às 19:00h, chegando em Cametá às 05:00h da manhã. Parecia que eu sentia o cheiro do pão cametaense, junto com o café da minha avó, quando chegávamos lá... As brincadeiras com meus primos naquela rua de terra batida na frente da casa... Via meu avô trabalhando na oficina e minhas primas no andar de cima, nos quartos... Via as galinhas correndo dos meninos que caçavam para matá-las ou simplesmente por "esporte". Belos tempos.
Isso me mexeu por completo. Afinal, as únicas lembranças que eu tinha eram do tempo em que meu avô adoeceu, minha avó morreu... Toda a quebra dos pilares da família. Como a professora falou, os sofrimentos são mais fortes na nossa mente do que as boas lembranças. E realmente são. Minhas saudades só me rondavam a alma por causa desses fatos negativos que aconteceram, que me fizeram chorar outrora. E não dava valor àquilo que me fez feliz, que foi simples, mas que foi de uma importância singular no meu crescimento. Toda a felicidade que senti quando criança, todo o amor que eu recebi durante meus tempos áureos. Confesso que senti uma vontade imensa de chorar, mas a conti. Depois, noutra oportunidade, extravasei.
Foi magnífico. Eu criei uma forma saudável de sentir saudade, de lembrar daquilo que me fez feliz e que me faz sorrir a cada lembrança. Quem me dera ter tido essa experiência antes, talvez não sofresse tanto em épocas de turbulência da minha alma. É, aprendi a ter saudades...
Hoje tivemos aula prática de psicomotricidade. À princípio, pensava eu ser uma das disciplinas mais chatas que tinham dentro do 3º ano de Fisioterapia. Mas o que poderia fazer? É disciplina da grade curricular, tem que assistir aula. E lá fui rumo à sala 15 da UEAFTO.
Cheguei atrasado (já é quase um praxe). Todos estavam lá, com seus respectivos pares para a dinâmica. Quando cheguei, fez-se número ímpar de alunos, ou seja, meu par seria a professora. Tudo bem, reclamar seria uma ofensa! Daí, ela manda eu deitar na posição fetal (para quem sabe, decúbito lateral com flexão de quadril e de joelho a 90°, na forma leiga: se deitar de ladinho e se encolher). Deitei. A professora me colocou no colo e me manda relaxar. Começou a melhor parte...
Ela começou a fzer todo um resgate mental nos alunos que estavam deitados (inclusive eu), através de palavras, músicas de ninar e toques suaves. Essa combinação me fez trazer lembranças. Lembranças das quais pensava não ter capacidade de resgatá-las. Passou um filme da minha infância toda, desde quando eu viajava para Cametá, na casa da minha avó, quando viajava de navio que saia do porto do Sal às 19:00h, chegando em Cametá às 05:00h da manhã. Parecia que eu sentia o cheiro do pão cametaense, junto com o café da minha avó, quando chegávamos lá... As brincadeiras com meus primos naquela rua de terra batida na frente da casa... Via meu avô trabalhando na oficina e minhas primas no andar de cima, nos quartos... Via as galinhas correndo dos meninos que caçavam para matá-las ou simplesmente por "esporte". Belos tempos.
Isso me mexeu por completo. Afinal, as únicas lembranças que eu tinha eram do tempo em que meu avô adoeceu, minha avó morreu... Toda a quebra dos pilares da família. Como a professora falou, os sofrimentos são mais fortes na nossa mente do que as boas lembranças. E realmente são. Minhas saudades só me rondavam a alma por causa desses fatos negativos que aconteceram, que me fizeram chorar outrora. E não dava valor àquilo que me fez feliz, que foi simples, mas que foi de uma importância singular no meu crescimento. Toda a felicidade que senti quando criança, todo o amor que eu recebi durante meus tempos áureos. Confesso que senti uma vontade imensa de chorar, mas a conti. Depois, noutra oportunidade, extravasei.
Foi magnífico. Eu criei uma forma saudável de sentir saudade, de lembrar daquilo que me fez feliz e que me faz sorrir a cada lembrança. Quem me dera ter tido essa experiência antes, talvez não sofresse tanto em épocas de turbulência da minha alma. É, aprendi a ter saudades...
quinta-feira, 12 de março de 2009
comum...
É... Hoje, mais um daqueles dias comuns e inativos. Só de acordar, já bateu o tédio.
Primeiro que minha mãe me levantou cedo e me deu apenas R$2,00 para ir à UEPa, malmente o dinheiro da passagem. Enfim, eu sei andar com pouco dinheiro mesmo. Beleza, vamos para aula de Eletroterapia prática.
Me arrumo todo para pegar choque e sentir sensações de formigamento com a aplicação de corrente galvânica, do tipo direta, sendo que um dos seus efeitos eletrofisiológicos são a hiperemia e aumento da circulação do local da aplicação da técnica eletroterapêutica (entenderam?)... Depois, um intervalo de uma hora para aula de metodologia (que quase virou lenda). E a fome apertando... Vamos ao CAFISIO.
Lá, penso eu que teria algo para fazer, estavam sem nada para fazer... O Aldo e a Lílian estavam pesquisando para o TCC deles. Eu? Pastando, afinal, ainda estou no 3º ano. Só fui pedir para a Lílian trazer algo para comer da casa dela às 15:00h, quando nos reuniríamos. É, virei indigente dentro da UEPA... hahahaha
Começa a aula de metodologia. De cara, gostei (espero que seja assim o resto do ano). Começamos discutindo logo o porquê d'eu não gostar do meu 1º nome (José). Fiz toda uma interpretação do meu nome (inspirada no texto de Carlos Drummond de Andrade). Idéia de comum, corriqueiro... Sabe, monotonia, ou seja, algo que eu não gosto de demonstrar e que eu gosto sempre de fugir. Achei o máximo essa discussão!
Depois, no decorrer da aula, ela toca no assunto problemas da Fisioterapia... Nossa, assuntos críticos são fantásticos! Vamos discutir... É a minha área dentro do CAFISIO. Argumentos aqui, acolá... A professora pede uma dissertação sobre esse assunto. Quase tive um orgasmo mental! Acho que foi a parte mais emocionante do dia...
É o que dizem por aí: se tem ápice, tem depressões... É, o dia voltou a ser monótono de novo. Nem a reunião das 15:00h e o pão que a Lílian trouxe me empolgaram (reuniões me deixam muito agitado). Tédio mode on.
Chegar em casa, tomar banho, computador, relatório para reunião geral do COPAF amanhã, falar com pessoas que tentam tornar meu dia interessante (apenas algumas conseguem)... Enfim, é aquela velha rotina. É COMUM!
Primeiro que minha mãe me levantou cedo e me deu apenas R$2,00 para ir à UEPa, malmente o dinheiro da passagem. Enfim, eu sei andar com pouco dinheiro mesmo. Beleza, vamos para aula de Eletroterapia prática.
Me arrumo todo para pegar choque e sentir sensações de formigamento com a aplicação de corrente galvânica, do tipo direta, sendo que um dos seus efeitos eletrofisiológicos são a hiperemia e aumento da circulação do local da aplicação da técnica eletroterapêutica (entenderam?)... Depois, um intervalo de uma hora para aula de metodologia (que quase virou lenda). E a fome apertando... Vamos ao CAFISIO.
Lá, penso eu que teria algo para fazer, estavam sem nada para fazer... O Aldo e a Lílian estavam pesquisando para o TCC deles. Eu? Pastando, afinal, ainda estou no 3º ano. Só fui pedir para a Lílian trazer algo para comer da casa dela às 15:00h, quando nos reuniríamos. É, virei indigente dentro da UEPA... hahahaha
Começa a aula de metodologia. De cara, gostei (espero que seja assim o resto do ano). Começamos discutindo logo o porquê d'eu não gostar do meu 1º nome (José). Fiz toda uma interpretação do meu nome (inspirada no texto de Carlos Drummond de Andrade). Idéia de comum, corriqueiro... Sabe, monotonia, ou seja, algo que eu não gosto de demonstrar e que eu gosto sempre de fugir. Achei o máximo essa discussão!
Depois, no decorrer da aula, ela toca no assunto problemas da Fisioterapia... Nossa, assuntos críticos são fantásticos! Vamos discutir... É a minha área dentro do CAFISIO. Argumentos aqui, acolá... A professora pede uma dissertação sobre esse assunto. Quase tive um orgasmo mental! Acho que foi a parte mais emocionante do dia...
É o que dizem por aí: se tem ápice, tem depressões... É, o dia voltou a ser monótono de novo. Nem a reunião das 15:00h e o pão que a Lílian trouxe me empolgaram (reuniões me deixam muito agitado). Tédio mode on.
Chegar em casa, tomar banho, computador, relatório para reunião geral do COPAF amanhã, falar com pessoas que tentam tornar meu dia interessante (apenas algumas conseguem)... Enfim, é aquela velha rotina. É COMUM!
terça-feira, 10 de março de 2009
Sem sorte no jogo, feliz no amor... Será?
Om miHoje conversei com uma amiga minha... Foram apenas 30 minutos de conversa, bastantes para colocar vários assuntos em pauta (por isso que adoro conversar com ela).
Acordei com uma sensação de tristeza... Sim, algo que de vez em quando me cerca e, ás vezes, me sufoca. Vontades leves, moderadas ou incontroláveis de chorar são comuns, dependendo do estado de espírito (e da pessoa também, tanto a pensante quanto a pensada). No meu caso, é de pessoa pensante e pensada. É normal para mim ter essas sensações, própria natureza minha. E fui levando o dia: aulas, uma visita ilustríssima, conversas pessoais... E despedidas, com sintomas de saudades explicitamente claros em meus olhos.
Daí, tenho a magnífica idéia de ligar para minha amiga. Peguei o telefone da direção, inventei uma história completamente fajuta para efetuar a chamada. Segui rumo ao CCSE. Peguei chuva, muita chuva. Já nem me importava mais com os sapatos molhados, que dão mau-cheiro no pé quando tirado. O que eu queria era mesmo uma companhia para minhas palavras e pensamentos vagos, mas coesos e coerentes. Nos encontramos e falamos sobre nossa "falta de sorte no amor". Só ela mesmo para me escutar...
Meus prantos se continham externamente, mas se libertando internamente. Confesso que tenho vergonha de chorar na frente de alguém, mesmo essa pessoa sendo muito importante para mim. Não consigo me "libertar". Ela tocou em um ponto interessante, que fiquei analisando depois: "Por isso que estou fechadinha para balanço..." Será que essa seria a solução para mim?
Uma reforma, se bem feita, pode ser liberada sem problemas de algo dar errado. Construir um pilar forte é essencial para sustentar qualquer tipo de peso ou impacto. O ponto a ser tocado é: Quem garante que esta reforma está completa? Ela está bem-feita? Quem construiu esse pilar? Perguntas como essas, de aparência tão simples, mas de uma complexidade ímpar, dependem muito da segurança de nossas escolhas (leia-se: quem escolhemos para fazer essa reforma).
É... Quando será que essa reforma vai acabar?
Acordei com uma sensação de tristeza... Sim, algo que de vez em quando me cerca e, ás vezes, me sufoca. Vontades leves, moderadas ou incontroláveis de chorar são comuns, dependendo do estado de espírito (e da pessoa também, tanto a pensante quanto a pensada). No meu caso, é de pessoa pensante e pensada. É normal para mim ter essas sensações, própria natureza minha. E fui levando o dia: aulas, uma visita ilustríssima, conversas pessoais... E despedidas, com sintomas de saudades explicitamente claros em meus olhos.
Daí, tenho a magnífica idéia de ligar para minha amiga. Peguei o telefone da direção, inventei uma história completamente fajuta para efetuar a chamada. Segui rumo ao CCSE. Peguei chuva, muita chuva. Já nem me importava mais com os sapatos molhados, que dão mau-cheiro no pé quando tirado. O que eu queria era mesmo uma companhia para minhas palavras e pensamentos vagos, mas coesos e coerentes. Nos encontramos e falamos sobre nossa "falta de sorte no amor". Só ela mesmo para me escutar...
Meus prantos se continham externamente, mas se libertando internamente. Confesso que tenho vergonha de chorar na frente de alguém, mesmo essa pessoa sendo muito importante para mim. Não consigo me "libertar". Ela tocou em um ponto interessante, que fiquei analisando depois: "Por isso que estou fechadinha para balanço..." Será que essa seria a solução para mim?
Uma reforma, se bem feita, pode ser liberada sem problemas de algo dar errado. Construir um pilar forte é essencial para sustentar qualquer tipo de peso ou impacto. O ponto a ser tocado é: Quem garante que esta reforma está completa? Ela está bem-feita? Quem construiu esse pilar? Perguntas como essas, de aparência tão simples, mas de uma complexidade ímpar, dependem muito da segurança de nossas escolhas (leia-se: quem escolhemos para fazer essa reforma).
É... Quando será que essa reforma vai acabar?
quinta-feira, 5 de março de 2009
Aniversário
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
(Fernando Pessoa / Álvaro de Campos)
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
(Fernando Pessoa / Álvaro de Campos)
terça-feira, 3 de março de 2009
As metáforas nossas de cada dia!
Adoro metáfora... É a melhor "invenção" da língua portuguesa inventada até hoje. E tem gente que ainda não gosta...
Eu perdi as contas de quantas vezes eu usei metáforas em alguma conversa... Afinal, é o meu recurso, minha arma (uma das melhores) em alguam conversa ou discussão. Uso sempre esse artifício.
Existem pessoas que são metáforas. Tiro pela minha cunhada (ela vai adorar saber disso), que acorda pensando em alguma metáfora para escrever ou pelo menos para falar para alguém! E eu me orgulho disso, pois não são todas as pessoas que sabem usar o idioma que dizem dominar, mas que não sabem usar nem ver outro sentido na mudança de uma vírgula dentro de uma expressão. É, o português, idioma tão rico e tão apreciado, consegue ser imbecilmente menosprezado.
Sim, menosprezado. Uns descerebrados falam que é frescura e coisa e tal... Mas colocam trechos de músicas em seus nick's de msn ou em seus perfis de orkut, sem ao menos desconfiar que aquilo seja uma metáfora... É, dói ver esse paradoxo brutal aos apreciadores da língua portuguesa.
Vamos imaginar o mundo sem metáfora? Vamos pensar um pouco: uma música (seja lá qualquer que seja, menos os lixos da indústria cultural), é riquíssima em metáforas bem trabalhadas, das quais nos encantam os olhos e os ouvidos. Sem metáforas, o que se queria dizer nelas ficaria tão insossamente direto que perderíamos todo o gosto por música que nos é peculiar e tradicional. Os livros não teriam graça; os grandes romances camilianos, shakespeareanos, camoneanos, dentre outros não seriam tão lindamente escritos e tão saborosamente apreciados (particularmente, não leria mais)... Até Charles Chaplin não seria o grande gênio que encantou (e encanta) gerações com seus filmes, peças, obras e frases...
É... Acho que seria impossível viver sem uma metáfora. Nós vivemo-as, respiramo-as... Nosso esconderijo secreto, nossa casa dentro de nossos pensamentos vagos, nosso trem com destino ao além-mar, enfim...
Você já fez sua metáfora hoje?
Eu perdi as contas de quantas vezes eu usei metáforas em alguma conversa... Afinal, é o meu recurso, minha arma (uma das melhores) em alguam conversa ou discussão. Uso sempre esse artifício.
Existem pessoas que são metáforas. Tiro pela minha cunhada (ela vai adorar saber disso), que acorda pensando em alguma metáfora para escrever ou pelo menos para falar para alguém! E eu me orgulho disso, pois não são todas as pessoas que sabem usar o idioma que dizem dominar, mas que não sabem usar nem ver outro sentido na mudança de uma vírgula dentro de uma expressão. É, o português, idioma tão rico e tão apreciado, consegue ser imbecilmente menosprezado.
Sim, menosprezado. Uns descerebrados falam que é frescura e coisa e tal... Mas colocam trechos de músicas em seus nick's de msn ou em seus perfis de orkut, sem ao menos desconfiar que aquilo seja uma metáfora... É, dói ver esse paradoxo brutal aos apreciadores da língua portuguesa.
Vamos imaginar o mundo sem metáfora? Vamos pensar um pouco: uma música (seja lá qualquer que seja, menos os lixos da indústria cultural), é riquíssima em metáforas bem trabalhadas, das quais nos encantam os olhos e os ouvidos. Sem metáforas, o que se queria dizer nelas ficaria tão insossamente direto que perderíamos todo o gosto por música que nos é peculiar e tradicional. Os livros não teriam graça; os grandes romances camilianos, shakespeareanos, camoneanos, dentre outros não seriam tão lindamente escritos e tão saborosamente apreciados (particularmente, não leria mais)... Até Charles Chaplin não seria o grande gênio que encantou (e encanta) gerações com seus filmes, peças, obras e frases...
É... Acho que seria impossível viver sem uma metáfora. Nós vivemo-as, respiramo-as... Nosso esconderijo secreto, nossa casa dentro de nossos pensamentos vagos, nosso trem com destino ao além-mar, enfim...
Você já fez sua metáfora hoje?
sábado, 28 de fevereiro de 2009
sentimental
Sentimental - LOS HERMANOS
O quanto eu te falei que isso vai mudar
Motivo eu nunca dei...
Você me avisar, me ensinar,
falar do que foi pra você, não vai me livrar de viver !
Quem é mais sentimental que eu?!
Eu disse e nem assim se pôde evitar...
De tanto eu te falar, você subverteu
o que era um sentimento e assim fez dele razão...
pra se perder no abismo que é pensar e sentir
Ela é mais sentimental que eu!
Então fica bem...
...se eu sofro um pouco mais...
"Se ela te fala assim, com tantos rodeios,
é pra te seduzir
e te ver buscando o sentido
daquilo que você ouviria displicentemente.
Se ela te fosse direta, você a rejeitaria."
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir... e rir.
Quem será que aceitará essa condição?
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
musicar...
Eu sou um amante incondicional da boa música: românticas, instrumentais, dançantes, pesadas, de protesto... Enfim, é minha grande paixão.
Existem momentos em nossas vidas em que a música nos dita o ritmo a ser seguido. Felizes ou tristes, sempre temos uma trilha sonora momentânea ou permanente. Comigo não é diferente. Os meandros por onde devo navegar é sempre mostrado por uma letra, uma melodia e uma interpretação, onde sua combinação perfeita me desencadeia vários sentimentos: amor, tristeza, carinho, amizade, revolta, ódio... Tudo. Parece que nada mais existe além de mim e da melodia.
Li duas letras mandadas por uma amiga hoje e percebi tudo isso que falei. Dizer tudo o que se sente, falar aquilo que não se tem coragem em momentos corriqueiros. Isso tudo é proporcionado por uma letra e umas notas musicais. E percebi outra coisa: essas duas músicas se encaixam comigo... Bastante.
Sabe lá se eu teria coragem de mandar essas duas músicas pra alguém... Afinal, qual interpretação poderia ser feita delas a partir do momento em que eu dedico tal? Não sei, é algo que permeia meus pensamentos. Acho até que é a falta de uma pessoa que púdessemos convergir os sonhos e pensamentos. Mandaria para pouquíssimas pessoas, inclusive para quem mandou pra mim... Ela sim, consegue ser um ponto de convergência na minha cabeça.
Seguir minha trilha sonora. É o que eu mais quero agora e pretendo seguir sempre conforme o tocar da orquestra da vida.
Existem momentos em nossas vidas em que a música nos dita o ritmo a ser seguido. Felizes ou tristes, sempre temos uma trilha sonora momentânea ou permanente. Comigo não é diferente. Os meandros por onde devo navegar é sempre mostrado por uma letra, uma melodia e uma interpretação, onde sua combinação perfeita me desencadeia vários sentimentos: amor, tristeza, carinho, amizade, revolta, ódio... Tudo. Parece que nada mais existe além de mim e da melodia.
Li duas letras mandadas por uma amiga hoje e percebi tudo isso que falei. Dizer tudo o que se sente, falar aquilo que não se tem coragem em momentos corriqueiros. Isso tudo é proporcionado por uma letra e umas notas musicais. E percebi outra coisa: essas duas músicas se encaixam comigo... Bastante.
Sabe lá se eu teria coragem de mandar essas duas músicas pra alguém... Afinal, qual interpretação poderia ser feita delas a partir do momento em que eu dedico tal? Não sei, é algo que permeia meus pensamentos. Acho até que é a falta de uma pessoa que púdessemos convergir os sonhos e pensamentos. Mandaria para pouquíssimas pessoas, inclusive para quem mandou pra mim... Ela sim, consegue ser um ponto de convergência na minha cabeça.
Seguir minha trilha sonora. É o que eu mais quero agora e pretendo seguir sempre conforme o tocar da orquestra da vida.
"são amores (pei, pei)..."
Não foi o carnaval planejado. Eu planejava desde julho em ir pra minha cidade natal (Cametá) "curtir" o carnaval (eu sou muito chato pra isso). Nada de se vestir de mulher ou então sair agarrando as mulheres. Não faz parte da minha natureza, por mais que duvidem disso. No final das contas, fui de novo pra Vila dos Cabanos
Eu tenho uma visão muito diferente de carnaval. Não sou de sair nos blocos badalados (corredor de folia e afins), odeio grandes aglomerações (parece um bando de bois seguindo seu vaqueiro dentro de um curral) e odeio aqueles imbecis que saem desrespeitando todo mundo que quer curtir da sua maneira (valentões, garanhões e babacões).
E neste carnaval, tive alguns prejuízos: perdi meu celular, peguei altas ressacas e não me diverti como o esperado. Afinal, eu não gosto do que todo mundo gosta.
Mas o mais curioso dessa alienação cultural do povo foi na terça. Eu estava em casa (Belém), quando minha tia liga pra casa chamando pra voltar, pois teria ARRAIAL DO PAVULAGEM. Como bom amante da cultura regional, voltei às pressas, por debaixo de muita chuva. E vamos dançar o boi.
Para um certo constrangimento e, ao memso tempo, superioridade, dancei só lá em meio uma grande multidão insatisfeita com o grupo que estava se apresentando. Todos me olhavam com ares de repulsa, afinal, era estranho naquele meio. Não liguei pra isso.
Bob Marley dizia que todos riam dele por ser diferente e ele ria de todos por serem todos iguais. Claramente, vi naqueles olhares a desculturização (neologismo) do nosso povo, infelizmente. A falta de interesse em ver outras formas de curtir o carnaval é nítida em esmagadora maioria das pessoas, o que torna o dever de manter acessa a chama regional que nos arde por dentro mais intenso. E se depender de mim, se tornará uma grande fogueira eterna.
Eu tenho uma visão muito diferente de carnaval. Não sou de sair nos blocos badalados (corredor de folia e afins), odeio grandes aglomerações (parece um bando de bois seguindo seu vaqueiro dentro de um curral) e odeio aqueles imbecis que saem desrespeitando todo mundo que quer curtir da sua maneira (valentões, garanhões e babacões).
E neste carnaval, tive alguns prejuízos: perdi meu celular, peguei altas ressacas e não me diverti como o esperado. Afinal, eu não gosto do que todo mundo gosta.
Mas o mais curioso dessa alienação cultural do povo foi na terça. Eu estava em casa (Belém), quando minha tia liga pra casa chamando pra voltar, pois teria ARRAIAL DO PAVULAGEM. Como bom amante da cultura regional, voltei às pressas, por debaixo de muita chuva. E vamos dançar o boi.
Para um certo constrangimento e, ao memso tempo, superioridade, dancei só lá em meio uma grande multidão insatisfeita com o grupo que estava se apresentando. Todos me olhavam com ares de repulsa, afinal, era estranho naquele meio. Não liguei pra isso.
Bob Marley dizia que todos riam dele por ser diferente e ele ria de todos por serem todos iguais. Claramente, vi naqueles olhares a desculturização (neologismo) do nosso povo, infelizmente. A falta de interesse em ver outras formas de curtir o carnaval é nítida em esmagadora maioria das pessoas, o que torna o dever de manter acessa a chama regional que nos arde por dentro mais intenso. E se depender de mim, se tornará uma grande fogueira eterna.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
crenças...
Um amigo meu que está morando no Rio de Janeiro veio de folga pra Belém. E anteontem, veio me visitar em casa. Uma conversa informal, várias brincadeiras e lembranças de um passado não muito distante, mas nem tão recente assim. Depois, fomos visitar uma grande amiga minha (ex-namorada dele).
Nos conhecemos em 2005, então temos um laço forte de amizade (falo de nós 3). Nessa época, eu era evangélico (por mais incrível que pareça). Logo, eu tenho um amor muito grande por Jesus Cristo. E em meio à essa conversa, me perguntaram se eu freqüentava ainda a igreja. Minha resposta: NÃO.
Me questionaram bastante, afinal, eu era muito fiel à igreja, ia todos os domingos e, derrepentemente, saio. - Por que? Me questionaram. Daí fui responder.
Eu amo Cristo. disso ninguém pode duvidar. Entretanto, naquela época, eu não tinha capacidade de distingüir certas coisas dentro da igreja. Eu estava sendo doutrinado para determinadas coisas que eu achava que não fazia sentido. Mas se era para o bem da IGREJA, eu não questionava.
Quando foi em 2007, eu deixei de freqüentar, e isso fez com que os membros da igreja pensassem que eu tivesse abandonado a Deus por tê-los deixado. Uma calúnia imensa. Afinal, freqüentamos um local de religões por quem: por Deus ou pelas pessoas? Difícil responder... A esmagadora maioria não vai à igreja exclusivamente para louvar à Deus, e sim por convenção do meio em que vive ou para querer se parecer "superior" aos que julgam "mundanos". É até engraçado a opinião de minha mãe: "Eles que vão todos os dias à igreja pecam mais do que nós." E eu acho que é verdade sim.
Quem pode nos julgar, segundo à Bíblia Sagrada? Até que me provam ao contrário, é Deus. E por que aceitar o julgamento dessa sociedade hipócrita e demagógica que vão às igrejas? Quem tem um senso de interpretação de fatos ou de leituras mesmo, poderá se defender desses ataques. Particularmente, Deus me deu um dom de saber responder e questionar certas atitudes que se tomam dentro dos locais de louvor que eu creio não estara par com as ordenações divinas. Afinal, a Bíblia foi feita para ser lida e seguida. Não quero que ninguém interprete o que está escrito e tente me manipular (o que acontece com muita gente).
Gabriel, o Pensador questiona em uma música de título de baixo calão (mas de uma letra bem impactante), o poder que os pastores têm sobre as suas "ovelhas". É interessante, já que não vemos alguém denunciar o que acontece lá dentro, só vamos saber com a mídia manipulada e manipulatória o que acontece depois. Ou seja, mais um mote que eu tenho de, por enquanto, não voltar para a igreja.
Hoje, eu digo que não sou católico, evangélico, adventista. Sou CRISTÃO. Posso não ser o mais exemplar dos filhos de Deus, mas tenho um respeito e amor por Ele tão grande ou até maior do que muitos que se proclamam católicos ou evangélicos, e NINGUÉM é capaz de questionar ou tirar isso de mim.
Nos conhecemos em 2005, então temos um laço forte de amizade (falo de nós 3). Nessa época, eu era evangélico (por mais incrível que pareça). Logo, eu tenho um amor muito grande por Jesus Cristo. E em meio à essa conversa, me perguntaram se eu freqüentava ainda a igreja. Minha resposta: NÃO.
Me questionaram bastante, afinal, eu era muito fiel à igreja, ia todos os domingos e, derrepentemente, saio. - Por que? Me questionaram. Daí fui responder.
Eu amo Cristo. disso ninguém pode duvidar. Entretanto, naquela época, eu não tinha capacidade de distingüir certas coisas dentro da igreja. Eu estava sendo doutrinado para determinadas coisas que eu achava que não fazia sentido. Mas se era para o bem da IGREJA, eu não questionava.
Quando foi em 2007, eu deixei de freqüentar, e isso fez com que os membros da igreja pensassem que eu tivesse abandonado a Deus por tê-los deixado. Uma calúnia imensa. Afinal, freqüentamos um local de religões por quem: por Deus ou pelas pessoas? Difícil responder... A esmagadora maioria não vai à igreja exclusivamente para louvar à Deus, e sim por convenção do meio em que vive ou para querer se parecer "superior" aos que julgam "mundanos". É até engraçado a opinião de minha mãe: "Eles que vão todos os dias à igreja pecam mais do que nós." E eu acho que é verdade sim.
Quem pode nos julgar, segundo à Bíblia Sagrada? Até que me provam ao contrário, é Deus. E por que aceitar o julgamento dessa sociedade hipócrita e demagógica que vão às igrejas? Quem tem um senso de interpretação de fatos ou de leituras mesmo, poderá se defender desses ataques. Particularmente, Deus me deu um dom de saber responder e questionar certas atitudes que se tomam dentro dos locais de louvor que eu creio não estara par com as ordenações divinas. Afinal, a Bíblia foi feita para ser lida e seguida. Não quero que ninguém interprete o que está escrito e tente me manipular (o que acontece com muita gente).
Gabriel, o Pensador questiona em uma música de título de baixo calão (mas de uma letra bem impactante), o poder que os pastores têm sobre as suas "ovelhas". É interessante, já que não vemos alguém denunciar o que acontece lá dentro, só vamos saber com a mídia manipulada e manipulatória o que acontece depois. Ou seja, mais um mote que eu tenho de, por enquanto, não voltar para a igreja.
Hoje, eu digo que não sou católico, evangélico, adventista. Sou CRISTÃO. Posso não ser o mais exemplar dos filhos de Deus, mas tenho um respeito e amor por Ele tão grande ou até maior do que muitos que se proclamam católicos ou evangélicos, e NINGUÉM é capaz de questionar ou tirar isso de mim.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
...
Bom, vou tentar mais uma vez criar um espaço (só) meu. É, afinal o orkut não representa posse (pelo menos nossa) da nossa pessoalidade. Perguntam tudo, até informações irrelevantes (perfil físico, profissão...), estragando aquela "surpresa" de uma boa conversa ou até mesmo da primeira vista. Como diz um amigo meu: "Se eu contar, qual vai ser a graça?"
Enfim, só coloquei essas besteirinhas mesmo pra começar esse espaço aqui. Afinal, foi-se o tempo das surpresas e da imprevisibilidade. Quem sabe eu possa preservar a minha pessoalidade aqui...
Se perguntarem do título, tirei de uma música do Angra (Rebirth). A tradução já diz tudo. Paradoxal à vontade. Vai entender...
Bom, vou pensar em algo melhor pra escrever amanhã. O dever chama.
Enfim, só coloquei essas besteirinhas mesmo pra começar esse espaço aqui. Afinal, foi-se o tempo das surpresas e da imprevisibilidade. Quem sabe eu possa preservar a minha pessoalidade aqui...
Se perguntarem do título, tirei de uma música do Angra (Rebirth). A tradução já diz tudo. Paradoxal à vontade. Vai entender...
Bom, vou pensar em algo melhor pra escrever amanhã. O dever chama.
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